Jamais esquecerei de ti

Era noite de sexta feira, estava tão frio que me lembro que acendi a lareira, para ver se esquentava, havia crianças nesta casa, e agora eu nem sei aonde elas foram parar. Devem ter ido para o quarto, pois está casa ficou grande demais.

Fui até o quarto peguei o meu melhor casaco e sai, para espairecer, deixei a porta aberta para que eu podesse e entrar depois. Ao sair notei que os cachorros latiam sem parar, fui até eles os acariciei, e eles se acalmaram, fiquei um pouco com eles, a neblina cobria o céu que tentava se manter azul.

Voltei para casa, abri a porta e me deparei com as crianças na sala em cima do tapete, em frente a lareira, cada uma com um livro, me pedindo para ler uma história, elas queriam algo novo, olhei os livros e decidi contar-lhes uma história sobre saudade, era mais ou menos assim:

Era uma vez uma garotinha que vivia triste, sempre quis um amigo, não que ela não tivesse, mais um que pudesse contar suas tristezas, aventuras e amores, que pudesse dizer tudo e fazer tudo. Ele apareceu na vida dela, pequeno frágil e bem pretinho, tinha uma patinha branca, era um filhote sem raça definida um autêntico vira lata. Quando o segurou pela primeira vez, sentiu uma ligação tremenda, achava graça quando era pequeno, por que só dormia. Andava a casa inteira, era muito espertinho, ela comprava brinquedos e ele adorava. A garotinha foi crescendo, aprendeu a costurar e fazia as roupinhas dele, “Bebê” era assim que chamavam ele. Os amigos da menina adoravam ele, achavam graça quando ele brincava com as três bolinhas jogava uma, pegava a outra era muito legal ver ele brincar.

Aonde a menina ia ele estava atrás, chamavam ele de segurança, sem duvidas aquele seria um amigo do qual ela jamais esqueceria. Ele cresceu junto com ela, era lindo ver os dois juntos, a cumplicidade, harmonia, amizade e até os ciúmes.

Em uma noite da qual ela jamais esquecerá , perdeu ele, foi criado livre andava sem coleira, era bem esperto, quase nunca atravessou uma rua sem que antes ela o pegasse no colo, mais naquele dia, ele quis atravessar com uma colega dela, e quando viu que a sua dona não tinha atravessado, correu para encontra-la e atravessou a rua, a menina gritava para esperar que ela iria busca-lo, ele ficou parado no meio fio e uma pickape o atropelou, ela gritou de parecia que tinha sido uma parte dela ali no chão, doía tanto nela perder aquele amigo, ficou sem ar, esperou ela atravessar a rua, para então olhar pela ultima vez e morrer em seus braços. Aprendeu ater mais responsabilidade e o medo foi lançado de uma forma que ela não conseguia sair na rua, a cena se repetia toda vez que ela saia na rua, ela ficava pensando “meu deus o que eu fiz” gritava por dentro, chorava sozinha ou acompanhada, sempre tão vaidosa nem se importava com nada saia de qualquer jeito ainda bem que tinha família pois se não fosse a família acho que ela teria morrido. Ela fez um juramento, “ vou dar amor a quem precisa, e nunca mais nunca te esquecer, por que você foi o meu melhor amigo, e o mundo nos separou”.

Sabem crianças o maior medo dela era não encontrar nunca mais esse amigo, e jamais te-lo conhecido, mais quando alguém que amamos é levado de nós, é ai que começam as lembranças, a saudade vai ficar, o choro também, mais a necessidade de deixar esse alguém seguir, pois as lembranças boas ou ruins sempre iram existir e jamais seram apagadas de nossas memórias.

Agora vamos todos para a cama, por que amanhã nós iremos ao orquidário da cidade e não quero ver ninguém cansado. Elas levantaram me deram uma beijo caloroso no rosto e subiram para os quartos, disseram que foi a história de saudade mais bonita que já tinham escutado.

Depois que as crianças foram para cama a saudade bateu de novo no peito que parecia que ia partir o coração, apaguei a lareira e fui para o quarto, liguei o abajur peguei o retrato do Bethoven o " Bebe", que estava sobre o criado mudo, abracei contra meu peito como se fosse ele, beijei e adormeci.