ATÉ QUALQUER DIA DESSES, MARIA CLAUDIA!
Há muitas coisas tristes nessa vida. Fatos que nos tocam de forma tal que nos parece impossível digerirmos a realidade. Há, no universo, uma Lei Maior que rege toda a natureza, todas as vidas que respiram vida, todo o ar que respiramos.
Para tudo deve haver uma razão – em que concordamos ou não – para acontecer. Independente de nossa compreensão, independente de nossa vontade. O Ser Maior – Deus – que governa tudo e todos é tão soberano e perfeito que compreenderá e nos perdoará a ignorância em não querermos aceitar determinados fatos que Ele nos impõe. Somos tão pequenos e vazios de inteligência que nos revoltamos.
Mas Deus – como o Ser perfeito e imutável que é - sabe que temos razão em discordarmos de seus desígnios, por vezes. Subtrair de nossas vidas uma menina linda, meiga, dócil, boa filha, boa amiga, ótima companheira – aos vinte e sete anos de idade – Não é algo que se aceite de bom grado. E ela nem doente estava! Não foi vítima de morte violenta, não morreu por um acidente fatal...nada!
Estava bem, vendendo saúde – pelo menos é o que se supunha – até a terça-feira passada, quando se internou, sorridente e confiante, para retirada de um tumor (benigno) do cérebro que lhe causava graves dores de cabeça, desde os quinze anos de idade. Procedimento simples, diziam os médicos. Ela já fazia planos de sair do hospital, neste sábado, livre daquele incômodo de tantos anos.
Tudo ocorreu da pior forma possível – o tumor era bem maior do que fora detectado nos exames preliminares, sangrou muito mais do que se esperava, durante a cirurgia e a menina Maria Cláudia – linda, jovem, alegre e sempre sorridente com todos, não resistiu à cirurgia, falecendo hoje, por volta de 16:00 hs. Seus órgãos jovens foram doados! Sua mãe – que sofre com a dor da perda – ainda teve forças para pensar nos outros. E é contra a lei natural da vida perder um filho!
Convivi com a Mary (como era tratada por todos) por, no mínimo, seis anos, desde o casamento de meu enteado com a sua prima, Dani. As duas eram como irmãs. Dava gosto ver essa jovem com as meninas, filhas de suas duas primas – Dani e Fernanda.
O carinho que ela dispensava a todos – crianças e idosos – era de se esperar que não fosse ficar muito tempo entre nós. Deus é esperto – quer ao seu lado, as pessoas de bem.
Em todas as festas de Natal, fim de Ano e aniversários, lá estava ela, acompanhando a mãe e os dois irmãos como um guia fiel, esbanjando carinho e doçura por onde passava.
Este Natal não será o mesmo para nenhum de nós! Aquela moça linda, alegre, inteligente, que sempre tinha uma atenção para quem estivesse ao seu lado, que falava pouco e gostava de ouvir, não estará entre nós. Talvez, nem mesmo o Natal esteja!
Até um dia, Mary! Você já fez a sua passagem... A nós ainda resta o mistério da vida e da morte! E a saudade que sentiremos, sempre! Quem ganha com isso é Deus, que usufruirá de sua companhia a partir de hoje!
A minha homenagem à
* MARIA CLAUDIA*
jovem doce, linda e do Bem,
que nos deixa tão prematuramente!
À Solange (sua mãe), Diego e Daniel (seus irmãos)
os meus sentimentos!
Que Deus lhes dê forças e alento.
... A vida continua...
(Emília)