Um poema para mei pai.

Um poema para meu pai

Sabe meu pai,

Eu detesto cheiro de cachaça!

Mas... Mas a vida está sem graça

Sem o teu cheiro de cigarro.

Procuro-te e me esbarro

Ouvindo aquela tossizinha do pigarro.

É que eu sinto uma saudade danada de você, sabe?

Mesmo com aquele cheiro pode crer!

Gostaria que tivesse aqui novamente

Ia me sentir contente

E mais uma vez eu ia sorrir

Das tuas piadas na hora de dormir.

Faz tanto tempo que se foi...

Até parece que foi ontem

Você tocando o seu trombone

Nos carnavais do Goiás.

Já passaram tantos carnavais

Como tantos dias dos pais

Que eu passo sem você.

O som daquele trombone

Não escutei nunca mais...

Lembro-me daquele copo pesado

Que usava para um trago

Naquele velho boteco,

Eu não achava isso correto

Mas você estava comigo

Mesmo sendo de tábuas nosso abrigo!

Agosto segundo domingo do mês,

Meus filhos vêm mais uma vez

Com abraços me parabenizar,

E como gostaria também de te abraçar...

Estás no meu pensamento

Fecho os olhos e abraço o vento

Vendo a imagem sua

Contemplando a lua.

Se bebias a tua cachaça

Talvez era para a vida ter graça!

E também quando tragava o pito.

Já falei, mas eu repito...

Que você foi meu herói.

Pois vendo a fome que rói

Você teve muita coragem

De sair lá do sertão!...

Foi com garra e com o coração

Que levou toda a família

Para as terras de Brasília,

Pois pensou em nosso futuro

Nos tirando do escuro.

Meu querido pai,

Da minha memória você não sai.

Como gostaria de estar contigo!...

Como isso eu não consigo,

Faço aqui este poema

E o seu nome foi o tema

Que usei naquele instante,

Para este dia importante.

Parabéns papai

Onde quer que você esteja

Nesta eternidade de meu Deus!

Airam Ribeiro
Enviado por Airam Ribeiro em 10/08/2008
Código do texto: T1121887