Hoje dizem ser o Dia dos Pais...

Aqui o dia iniciou-se escuro e frio...
Meu olhar demorando-se para desanuviar...
É preciso perder o ranço do sono de ainda á pouco!
Estou rouco, minha voz chia no falar...
No ar saudades, solidão, lembranças,
parecem bailar...
O dia noentanto iniciou-se apático,
tudo parece estar imóvel...
E o próprio tempo
parece vergar-se sobre si mesmo...
O aqui e o agora, parecem ser aqui e lá:
Entras em meu quarto,
sentas em minha cama,
teus dedos grossos tentam suavemente
me acariciar!
Meus olhos se arregalam,
sua mão quente e forte me faz acordar...
Sua voz me fala que é hora de levantar!
Me abraças, me acaricias,
com seu jeito sem jeito de amar...
Hoje dizem ser o dia dos pais!
Mas jamais os nossos dias foram assim...
Frios e escuros!
Saudosos e sós...
Pai o sr. me enganavas?
Tornavas mais belos o que assim não eram?
Trazias sons ao que apenas eram silêncios?
Pai, perdoa as lágrimas que em minha face afloram!
Perdoa se choro. copiosamente agora!
Perdoa, não dar graças por tê-lo um dia,
perdoa por não perdoá-lo por não tê-lo agora!
Perdoa se não sorrio...
Como doi, como doi, como doi em mim agora,
não ser acordado por ti nestas novas horas...
Agora, só eu, tenho que seguir!
O sr. ficou lá atráz em mais felizes horas...
Agora seu ser é apenas imagens, lembranças,
que nas entranhas de minha conciência moram...
Olho meu corpo, olho agora;
Procuro em meus braços a sua resistência,
em minhas pernas a coragem das suas,
que nunca temeram as distâncias...
Na face procuro a tua!
No coração a sua essência!
A minha alma quer refletir a tua...
Para que em mim não se perca a sua essência!
Procuro o brilho de teus olhos,
o sorriso de tua boca...
A tua voz rouca...
Não sou teu filho, tua carne e teu sangue?
Pai... Pai... Pai onde estás agora?
Quem acordas com carinho e paciência?
Hoje dizem ser o dia dos pais...
Quande coisa...
Prefiro os dias de outrora!

Edvaldo Rosa
10/08/2008
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