Minha terra... de mim esquecida.
Se pintor o fosse, certamente
teria em ti a predileta paisagem
a retratar... como és doce,
mas como te fazes tão amarga.
Não traçaria apenas os riscos
da efemeridade de frios contextos
superficiais da beleza aparente,
que rente, a tudo transporta,
permite, mas a ninguém seduz.
Iria mais fundo, no fulgor
de sua essência, como no pulsar
de um coração descompassado,
como no dia daquele beijo
que não foi roubado,
e sim a mim retribuido, no fulgor desenfreado,
fremente, de minha amada.
Enfim, aí estive. Revi minhas raizes, a sós,
circulei por todas as vias
de minhas fantasias, meus castelos,
como se um fantasma fosse,
vendo a todos, omitido por todos,
como se nunca tivesse existido...
em minha querida terra natal.
Mortificou-me tamanha frieza.
Tudo isso entretanto, não teria qualquer importância
se conseguisse revê-la.