FELICIDADE EM UM SORVETE DE PISTACHE

As vezes um sorriso quer dizer muita coisa.

As vezes um sorriso é um pedido de socorro interno, é uma forma de tentar enganar a si mesmo.

É uma busca incessante pela felicidade, distribuindo sorrisos todos os dias para mostrar que está tudo bem, sendo que no seu íntimo está tudo desmoronando.

Quantas e quantas vezes tive que sorrir pra mim para tentar mostrar que estava bem ou que estava feliz.

Realmente quis acreditar no universo que eu realmente era muito feliz, mas quando buscava no meu eu profundo não encontrava felicidade.

Pelo contrário, Encontrava vazios, inseguranças, mente inquietante e indelével, respiração ofegante, dor no estômago ao invés de borboletas no estômago.

Sempre fui sonhadora, muito por sinal, sonhei desde criança quando li o livro Lineia no jardim de Monet, sonhava em viver naquele jardim, sonhei em ter meu loft no meio da selva, sonhei em ser palestrante de algo que eu era muito foda.

Sonhei com tantas coisas, que com o passar do tempo tudo aquilo foi se perdendo de mim e se tornando em grandes vazios.

Quando você chega a pensar demasiadamente em desistir, você não está desistindo dos seus sonhos ou sendo covarde, você já não vê motivo nenhum para sorrir, você já não sorria com sua família, você já não sorria com seus amigos, você já não sorria no seu trabalho, nada mais faz sentido pra continuar “existindo”.

Cabe somente a mim perceber essa felicidade, e infelizmente não percebi.

Tive alguns momentos de felicidade.

E o momento mais feliz que tive foi quando sentei sozinha frente a um canal na Costa de Aveiro em Portugal e pedi um sorvete de pistache, aquele sabor de leite foi o mais incrível que já provei e pude perceber o verdadeiro sentido da felicidade.

Quantas vezes me perguntei qual o sentido da felicidade? Será preciso ficar só pra se viver?

Lineia do Jardim de Monet