Despedida

Não sei como começar a dizer o que vou te dizer.

Isso geralmente acontece quando estou na pior.

Mudo de ar.

Cuido em não ser.

Então as palavras somem, desaparecem por trás de algum sentimento que também não sei nomear.

Não é tristeza: é um longo e sombrio sonho onde nossos lábios já não se encontram.

É o amortecimento do carinho, a cessação do que era um afeto.

E tudo isso em plena primavera.

Tudo isso em meio ao vento quente da tarde onde as flores se abrem.

Tudo isso em plena guerra, mas também no encalço de toda uma inebriante poesia.

Mas que bom que cessou.

Ainda bem, não durou.

Eternidade finita, tardia.

Campos secos.

Despedida.

Silvano Gregorio
Enviado por Silvano Gregorio em 05/11/2023
Código do texto: T7924828
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