Não vou brigar

 

Você briga porque não me entende

e, na nossa conversa, ninguém compreende

o que nosso coração repreende,

o que nosso olhar surpreende

o que nossa alma às vezes aprende.

 

Precisamos de um tempo pra gente

quenos permita fazer diferente

e voltarmos aos dias contentes
(marcar o gol é chutar para frente!)

Não me leve a mal, afinal,

mas já estamos (muito) doentes

em meio à roda da loucura:

essa maquiavélica criatura

não para de nostrar os dentes

pontiagudos como tridentes.

 

Entrão tá, daqui pra frente

eu t(h)e end(e)

e, quem sabe um dia, 

com honesta harmonia

a gente sente 

mais para a frente

e num abraço se reentende.

 

Ou você conclua simplesmente,

que eu fui - na maior parte que se assente -

mera presenta de alguém ausente

como o percurso de uma estrela cadente

que passou e deixou na gente

algum silêncio confiente.

 

Do pó ao pó, da estrela ao sonho,

só sei que não quero nenhum mal,

inclusive o de viver tristonho,

por isso todas as fichas

no fim de nossas richas eu ponho.