Depois de trinta e dois anos de relacionamento, chegou o momento de dizer adeus um ao outro.
Há coisas que sabemos serão melhores para nós. Há coisas que sabemos perderam completamente o sentido verdadeiro de continuar existindo, mas que vamos insistindo de todas as maneiras, simplesmente, por não se conseguir cortar o elo. Mas, chega o momento em que o elo se rompe por excessivo desgaste.
Mesmo quando sabemos que não há o que recuperar, que não há o que manter, que não há mais nada que possa nos dizer: "ainda há este pequeno grão que poderá, com os devidos cuidados, germinar."
Pois, há desgastes que são irreversiveis. Há desgastes que mexem tão profundamente com os nossos sentimentos e com as nossas emoções que não deixam restar um pequeno fio para que se possa reiniciar aquilo que foi desfeito.
Há relações onde nelas permanece a amizade entre o casal, em nome de tudo o que viveram. Eu pensei que se um dia a minha relação terminasse, seria assim: com a grandiosidade das almas, dos espíritos e dos corações que preservaria a amizade.
Mas, quando há traição, quando há deslealdade, quando há abuso dos melhores sentimentos do outro, não dá para ser assim, não dá para seguir em frente, com um bom reconhecimento no outro.
O que dá, ao menos para mim, é sair da relação desejando ao outro toda a felicidade do mundo. Mesmo porque eu acredito que as pessoas que são felizes não sentem vontade e nem tem razão para fazer mal ao outro e não sentem vontade de prejudicar quem quer que seja. Eu julgo por mim, pois nem com toda a dor que eu estou sentindo eu pensei em prejudicar, em me vingar, ou desejar o mal.
Eu estou sofrendo porque sou feita de sentimentos e emoções. Entretanto, eu sei que isto tudo vai terminar e que com o passar do tempo essa dor profunda, que hoje sinto, vai sendo aos poucos aliviada.
Foi mais uma batalha que enfrentei com dignidade. E assim, sigo a minha vida. Sigo com altivez e orgulho por ser quem eu sou e sempre ter vivido de maneira clara, transparente e honesta.
Uma pessoa com as minhas virtudes não aceita nada menos que reciprocidade de caráter, de valores e ética.
Eu continuarei a falar de amor, mesmo porque sempre acreditei neste sentimento bonito e verdadeiro. Afinal de contas, é o amor que sinto em meu coração que está me apoiando, me abraçando e cuidando de mim com todo o carinho e o respeito que eu mereço. Amor, carinho e respeito que eu dediquei,e dedico aos meus eleitos do coração.