E AGORA?
E agora?
Como hei de partir,
diga,
com que cara me encaro agora?
Se meu olhar me delata,
minha voz denuncia...
Sou força, sou garra, sou raça
e também cicatriz,
marca de sobras passadas,
de tudo que não criou raiz...
Que faço agora?
Que o trem já se foi,
e consigo levou,
minha vida na bagagem...
O que dizem é certo,
quem pede pouco recebe nada
Não estou para migalhas...
Resto de tempo,
sobras de amor,
bocados de carinho...
Quero tudo, quero muito!
Quero ser aquela
que ronda os pensamentos
e que se chama tormento...
Quero desejo,
quero beijo
Quero ser a menina dos lindos
olhos teus, amor meu!
Para que só veja a mim
enquanto viver...
Menos que isso é bobagem,
resto de amor, pouca miragem!
Sil Cervantes