RENASCER
Deixei tudo o que não pude levar,
minhas mudas de plantas, meu jardim,
meu encanto, o tempo que passei lá, pior
foi todo esforço que desperdicei na arrumação,
de me mudar, tempo que eu não pude em mim
aplicar, hoje, se quer meus óculos pus na bagagem,
a tal felicidade, o papo de que morreria se não
fosse lá? Onde ficou o amor afoito, que
me fazia sair de noite, só para nós encontrar?
Esquecido da promessa de nunca me machucar,
não só fez, como repetiu tantas vezes que quis,
até que meu corpo mudo, procurou um jeito
para nunca mais ter você, agora estou protegida,
de mim, de você e da vida, que nunca me deu guarida,
pobre ou aguerrida, até pensei que a morte, mãe
de muitos horrores, poderia ser meu consolo,
a morte da vida real, para o mundo apoteótico
da poesia foi, espero que na eternidade do poema escolha
melhores os amores, que não me dê mais dores, porque dessa,
já me livrei, não pela morte do corpo, mas encontrei
outro conforto, renasci pela poesia, nela me protegi, estou
livre da violência, da falta de querência, próxima da excelência
de vida, que sempre quis, meu verso é o meu avesso, só entra
se for apreço de meu bem querer, do amor sem dor, descobri que
viver é estar bem só ou com alguém, bem, bem, com amor, seja como for!
Fátima Sá Sarmento
minhas mudas de plantas, meu jardim,
meu encanto, o tempo que passei lá, pior
foi todo esforço que desperdicei na arrumação,
de me mudar, tempo que eu não pude em mim
aplicar, hoje, se quer meus óculos pus na bagagem,
a tal felicidade, o papo de que morreria se não
fosse lá? Onde ficou o amor afoito, que
me fazia sair de noite, só para nós encontrar?
Esquecido da promessa de nunca me machucar,
não só fez, como repetiu tantas vezes que quis,
até que meu corpo mudo, procurou um jeito
para nunca mais ter você, agora estou protegida,
de mim, de você e da vida, que nunca me deu guarida,
pobre ou aguerrida, até pensei que a morte, mãe
de muitos horrores, poderia ser meu consolo,
a morte da vida real, para o mundo apoteótico
da poesia foi, espero que na eternidade do poema escolha
melhores os amores, que não me dê mais dores, porque dessa,
já me livrei, não pela morte do corpo, mas encontrei
outro conforto, renasci pela poesia, nela me protegi, estou
livre da violência, da falta de querência, próxima da excelência
de vida, que sempre quis, meu verso é o meu avesso, só entra
se for apreço de meu bem querer, do amor sem dor, descobri que
viver é estar bem só ou com alguém, bem, bem, com amor, seja como for!
Fátima Sá Sarmento