Desfila pelas ruas alheia à tudo que fomos
te vejo desfilar pelas ruas alheia à tudo que um dia fomos. as mesmas ruas que assistiram nossos beijos com gosto de vinho barato não te afetam como doem no meu peito cada vez que passo entre elas e as vielas que nos perdíamos e nos encontrávamos uma na outra.
tu distribui teus melhores sorrisos à desconhecidas que não sabem te admirar, elas não sabem como te gostar da maneira certa. tu me enterrou tão fundo na cova do teu coração que me pergunto se um dia de fato habitei viva nele.
tu dança nos braços de pessoas que não sabem te segurar direito, se bem que eu também não soube. tu brilha entre outras vidas porque cansou de iluminar a minha.
e tudo ficou tão escuro aqui desde que você se foi.