A Música ou a Bomba?

São quatro paredes brancas

É um quarto vazio, se não fossem meus sussurros de dor.

São duas almas

Um amor novo, mas os corações não. Já tivemos magoas e decepções. E com mais uma eu começo esse drama.

Por que parece que meu coração vai parar? Sendo que parece que ele nunca mais vai parar de bater tão, tão forte assim...

Por que dói tanto entender que vc pode ir a qualquer momento?

Como foi para você beijar ela? Me diz, porque eu não consigo te ver, não consigo te imaginar com outro alguém, você não.

Como eu vou olhar para os seus lábios de novo? Que por tantas vezes foram meu refúgio com palavras, promessas e carícias. Mas que agora não passa de um tormento.

Minha pupila só dilatava por você, mas hoje foi o meu coração (e vc nem viu), ele cresceu e parece não caber mais em mim, parece explodir, não do jeito da música, ali tem muita poesia, é mais como a bomba no hospital, explodiu nas minhas mãos.

Como foi tocar outra boca sabendo que não era a minha?

Você segurou o cabelo dela?

Ele também participou do beijo, como o meu participava?

E o seu? Ele também traiu nossa conexão?

Enquanto a segurava ouviu as ondas do mar arrebentando? Não pensou que aconteceria o mesmo das ondas a mim?

Você ouviu os sons externos, ou só conseguiu se concentrar na respiração ofegante, assim como se concentrava na minha?

São detalhes que eu queria saber para aumentar meu sofrimento, aumentar o sentimento de culpa, porquê a culpa é minha, né?!

Mas sei que são detalhes que eu não suportaria ouvir...

Escrevendo até parei de chorar, gostaria que a dor fosse embora como as lágrimas já foram.

Queria saber o que será de nós...

Somos duas almas e um amor?

Ou duas almas e dois corações partidos? Porque eu já sinto os estilhaços do meu rasgando meu peito.

E o quarto escuro me assombra mais uma vez!

Se eu soubesse como te amarrar a nós, sem te prender de ti, eu faria, mas acho que também não poderia...

Pois se um dia o nós explodir como a bomba, eu não teria como te segurar, nem eu me seguraria, já estaria no chão.

Eduarda Vieira
Enviado por Eduarda Vieira em 10/01/2021
Reeditado em 11/01/2021
Código do texto: T7156909
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