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A Cisma
Não é bom despertar a cisma de uma mulher. Certo dia uma linda menina moça encantou-se por um jovem rapaz. A jovem ficava toda prosa e se colocava toda formosa para chamar a atenção do rapazote que despertara-lhe o brilho no olhar. Mas, o jovem apenas a via como uma menina moça sem encantos, sem atributos e sem grandes atrativos que o fizessem a olhar com o sentimento do desejo e da paixão.
O tempo foi passando e a menina moça percebeu que não daria em nada e decidiu partir pra ofensiva perguntando diretamente ao jovem o motivo de ele não interessar-se por ela, ao que ouviu como resposta um balanço negativo de cabeça e uma careta de gente enjoada - nada mais disse. Foi o suficiente para aquela jovem cismar com o pobre rapaz. E ela cismou! jamais esqueceu aquele dia triste.
O tempo passou, ambos tomaram rumos diversos e a menina trasnformou-se numa linda e bela mulher desejada e admirada pelos homens. Mas, ela cismou! E o tempo continuou a tecer a sua colcha de retalhos e nesse fiar, em uma festa de carnaval, eles se reecontraram; ela lembrou logo do jovem que destruiu os seus sonhos de menina moça tempos idos. E sabedora de seu charme e beleza aproximou-se e ambos ficaram juntos durante todo o carnaval. O rapaz encantado e cada dia mais apaixonado ficou pasmo quando soube que a mulher que estava amando era a menina moça que havia rejeitado no passado.
O namoro foi ficando firme, chegou o noivado e ambos idealizavam um futuro maravilhoso juntos. Mas, a moça cismou! O tempo foi passando e o noivo estava feliz demais em encontrar uma mulher tão meiga, carinhosa e dedicada para com ele. Marcaram o casamento. Organizaram uma linda festa nos minimos detalhes, daquelas para entrar para a história da cidade.
Chega, finalmente, o dia do casório. Ele radiante de tanta felicidade não cabia em si de tanta alegria. Ela, por sua vez, bela e encantadora entrou na igreja tal qual uma noiva princesa - maravilhosa! Então, o padre deu início a cerimônia e no auge da celebração, na troca de alianças, a grande surpresa: a jovem inicia as palavras eu ... aceito e, de repente, parou! Olhou para o homem garboso em sua frente, balançou a cabeça negativamente e fez uma carinha de gente enjoada - nada mais disse, e saiu da igreja em seguida. Ela cismou! Que temperamento! Que natureza mais vil?! O pobre rapaz ficou plantado na igreja e em sua mente veio a lembrança daquele gesto. O mesmo gesto que teve para com a menina moça no passado.
Moral da estória: O diálogo evita surpresas desagradáveis no tempo presente ou no futuro. Não se desdenha do sentimento de outra pessoa, ao contrário, é mais importante ser elegante ao dizer um "não" para alguém do que dizer um "sim". E que Deus nos livre de pessoas que cismam, pirracentas e fantasiosas.
Alvaniza Macedo
28/09/2020