LIBERTA DE TI
Ergui-me do chão.
Sacudi o pó que cobria meu espírito
E abandonei, de vez,
O vício que era a vontade de ter você.
Encontrei-me nua,
Despida de medos e temores.
Centrei-me no meu próprio eu
E enxerguei-me,
Pela primeira vez, em muitos meses.
Por onde andei,
Não sei...
Sei que cicatrizes marcam meu corpo
E feridas ainda sangram na minha alma,
Mas submergi.
O oceano que me tragava,
Não me aprisiona mais.
Liberta estou das amarras,
Nó de pescador,
Que pendiam meu destino ao teu.
Agora,
Ando solta ao vento,
O nariz aponta para onde o vento leva a vela.
E eu vou...
Marcada,
Manchada,
Ferida,
Sangrando,
Mas sigo...
E não olho para trás.