Chuva de verão




Como a chuva que cai
molhando a terra seca,
viestes, mas hás de passar.
No ar o cheiro de terra molhada,
no peito a dor, a mágoa, o abandono.
Hás de voltar sem saber as razões,
sem suprir tuas buscas,
sem ter colhido, terá febre de anseios.
Só que não me olharás.
Parti com a última chuva,
naveguei pelo ares com cheiro de terra,
fui molhado pelos eflúvios abençoados,
enquanto viestes despida de tudo,
com sabor de desprezo, com gosto de perdição,
sem saber que o tempo mudou.
Chuva de verão vai e volta,
mas, até mesmo ela me esqueceu...
levado fui, mas, deixado pelo mundo.