Nada importa




Você, logo você,
que importa agora
que eu descubra que o mundo que a acolhe,
cheio de tantos quês e por quês,
já estava afeito a você?
Aqui, bem aqui,
foi uma passagem.
Você acoplou, fez algum reconhecimento
e fez rolar pela amplidão,
navegou entre astros e estrelas,
contemplando a terra,
uma pequena bola de gude,
onde a pouco pude
trafegar no douro do seu corpo,
também entre estrelas, astros da periferia,
fui ao centro, a fiz pelo avesso,
tomada de assalto,
deslizamos pelo asfalto,
nos laços das mãos,
nas carnes dos lábios.
Bebemos o suco de nossos beijos
e morremos em cada abraço.
E logo você,
comandou a viagem através dos reflexos,
entre os raios de sol de outubro
e se perdeu no último verão,
aguardando o primeiro outono
neste mundo criado para você,
desatenciosamente rolando em mim,
como se eu fosse o eixo das suas frustrações,
por nunca supor que seria comparado,
desdenhosamente equiparado a uma bola,
uma bola de gude.