Lembra de mim




Voa o vento,
esvai-se o tempo
quando eu estiver passado.
Lembra-se do encontro,
o único ponto...
casual.
Corre a vida sem sentido
no dia a dia, sempre igual
e eu já esquecido,
lembra-se, então do encontro,
quase o mesmo ponto
que iniciou o poema.
Quando os amores vierem
passarem,
e eu já ter ido,
lembra-se do encontro,
aquele ponto
que ficou retido.
Quando por maus zelos
não ouvirem seus apelos,
lembra-se do encontro,
do nosso primeiro ponto
que jaz no infinito dos guardados.
Segue o espaço transitório
e vazio crepúsculo,
ou, lembra-se do encontro,
a prece sem ponto
que o enlevo revela.
Não sinta a saudade que sinto,
não chore o choro que cai,
que pende aos meus pés,
lembra-se do encontro
que finda o ponto
na distância que se vai
de mim, de você que se foi,
no ponto que terminou o encontro.