Tristeza x Raiva

O que é comum vermos e presenciarmos em situações de rompimento de relacionamento? Seja namoro ou casamento. Ódio, rancor, desgosto, raiva...

O estudo do pensamento humano não é baseado sempre na lógica. Apenas em um robô, através da pesquisa de sua programação, pode-se saber o que ele é apto a fazer em diversas e diferentes situações. Porém, é por ela (lógica) e pela convivência, que escrevo este texto.

De todos os casais que se separam, há apenas uma pequena parcela em que ambos ficam em um estado de espírito estável. E dentro desta primeira, uma outra, menor, existente em que o casal continua verdadeiramente amigo.

Será que isso é aceitável? Para espectadores, cuja vida não os castigou à esse respeito, não!

Este, já mencionado, pequeno número de pessoas que rompem e continuam com um sentimento de amizade, provavelmente (visto que a mente humana é de difícil análise), passaram por essa difícil situação por consentimento mútuo, ou seja, o término do relacionamento veio por vontade das duas partes, não apenas de uma.

O problema aparece no momento em apenas um dos dois sente a vontade de romper, enquanto o outro, ainda possui uma paixão pelo(a) parceiro(a) (afirmo que a tristeza, normalmente, é proporcional ao nível de paixão). Quando a hora é chegada, o sentimento da tristeza é o primeiro que domina. Segue aí o desespero, dando lugar em seguida à raiva.

Sem aviso, passam flashs em sua mente. Momentos em que teve rancor do(a) companheiro(a) ou que se enojou por estar junto dele(a). Todas estas lembranças vem à tona, e são, por conseguinte, jogadas em cima da pessoa que você pensa ser a culpada. Fato simples de ser explicado. Em todos os casos onde dá algo errado, sempre deve haver um culpado, mesmo quando ninguém se pronuncia. Neste episódio, em que você está sendo empurrado para trás, quem irá culpar? Pais? Irmão? Amigos? Ou a própria responsável pela notícia?

É muito baixa a quantidade de pessoas que se responsabilizam pelos próprios atos. Você escolheu namorar. Você escolheu não lembrar do dia de namoro. Você escolheu não convidá-la para sair naquele feriado. Você... Em suposição, se o relacionamento tenha terminado pela famosa “falta de química (acontece...)”, assim mesmo, terá que reavaliar o que poderia ter feito de errado. “Pegue as pedras que passaram pelo seu caminho e construa mais tarde um castelo”.

Não que seja preciso sentir raiva do outro. Não é!

Para ser mais claro, darei um exemplo. Imagine você em uma situação em que é constrangido e humilhado por um desconhecido em meio a uma multidão. Como se sentirá? Por outro lado, agora se realize enterrando um parente muito querido. No primeiro, me refiro ao ódio que tomará posse de você, com o certo desejo de vingança. Provavelmente, pagando na mesma moeda, se sentirá melhor. Engana-se o leitor que pensar que incentivo a vingança (foi apenas a descrição de como funciona a máquina humana). No segundo caso, por mais que chore e lamente, nunca deixará que se sentir triste e magoado com o acontecido, nunca deixará de sentir saudade.

Por fim e em resumo, é mais fácil aturar a raiva e o ódio do que a saudade e a profunda tristeza. Claro que há casos em que a relação está desgostosa, mas o habito a mantém firme, sendo assim, existirá só uma diminuta angústia por não estar mais junto de alguém.

“Ás vezes deve-se escolher entre o que é fácil e o que é certo”

Isto não se trata de uma auto-ajuda, mas de uma reflexão.

PENSAR no motivo que levou seu(ua) parceiro(a) à terminar e REFLETIR se há algo que o dê RAZÃO para sentimentos maldosos. Seja-mos todos pessoas humildes nas horas certas. Isto pode salvar e reconstruir uma bela amizade.