Doce Laranja Amarga
Eu não enxerguei quando deveria enxergar
Não escutei quando deveria ouvir
Eu não falei quando deveria falar
E no final de tudo eu me arrependi
Por que deixei passar e não segurei com todas minhas forças?
Por que deixei cair como caiam aquelas folhas?
Por que deixei secar sob o sol quente do dia?
Por que deixei tremer sozinho na sua noite fria?
Eu não percebi
Deixei partir como uma brisa que vem e passa
Indo embora sem hora exata
Sem se despedir
Viagem sem volta
O canto mais distante da sua antiga casa
Não dá pra sorrir
Notando que seu sorriso não se estenderá
Mais pelo meu horizonte
Não posso mentir
Mas desejo voltar atrás e fazer mais
Por quem mais precisava antes
Palavras carregadas nas ondas do vento
Atravessando todo o tempo
Carregando todo esse sentimento
Corro com todas a forças que eu tenho
Minhas pernas são pequenas
E atrapalham meu desempenho
Tropeço mas levanto
Em meio ao meu tormento
Olho em seus olhos e encontro um lugar ameno
Mesmo com dor eu vou
Pois esse sofrimento
Não se compara com a dor daquele momento
Vazio que preencheu
A falta que me fez
Doce laranja amarga que uma vez eu provei
Carta de mim pra mim
Eu escrevi pra que no fim
Eu não sofresse como um dia eu sofri
Palavras para mim
Eu escrevi pra que no final
Não perdesse os momentos que eu perdi
Carta de mim pra mim
Eu escrevi pra que no começo
Eu não errasse tanto como um dia fiz
Palavras para mim
Eu escrevi pra que no início
Eu pudesse nos reescrever um diferente fim