Prazo de validade

É incrível a capacidade de sonhar com amores adequados que temos. Laços duradouros e juras de eternidade que realmente se cumpram. Mas nos pegamos saboreando gosto de paixões instantâneas, prontas em minutos. Ou três dias. Fugazes, breves e estonteantes.

Deixamo-nos iludir como se fosse prolongar, sem calcular o peso do dia de amanhã. Esta é a medida drástica de se entregar, assim como não exigimos a nota fiscal em certos momentos no supermercado.

Seja muito bem-vindo a era: uma nova versão foi atualizada nesta manhã.

As opções nunca foram tantas.

O leque é vasto, e as possibilidades se ampliam em esbarrões de ruas, em mensagens virtuais, no elevador compartilhado OU até naquele barzinho de sempre.

Tudo é forte e fugidio, avassalador. Hoje têm bom dia, boa tarde e boa noite. Têm atração, gestos apaixonados.

Amanhã têm boa noite, insegurança, descaso, e depois de amanhã, nunca mais.

Esquecemos as pessoas em casa, nos contatos do celular, e cada dia somos diferentes do que ontem éramos.

A frase que mais ouvimos atualmente é: Nada dói tanto assim, tudo passa, e amanhã é outro dia.

A gente acabou aprendendo a conviver com a superficialidade quase que por ordem, nos fizeram aceitar ser a personagem frívola na vida alheia, sem amarras e maiores preocupações.

Digamos que já passamos a crer que: normal é não dar certo. E para ser forte em meio a essa confusão inexata, a qual andamos a chamar carinhosamente de vida, passamos a acreditar que tudo tem prazo de validade.

Desde o leite comprado na promoção, até o contato trocado na última quarta-feira no bar com as amigas.

É comum já saber a hora de cair de amores, baixar a calcinha, e voltar ao momento real da vida. Sem amarras e apegos.

Fomos obrigadas a crer que o perecível existe até em relacionamentos, e se finda na hora exata: quando amanhece o dia.

Por vezes vamos ouvir que somos frias ainda, mas ninguém nos ensinou até aqui a sermos diferentes disto.

Alimentadas de mistério e liberdade, identidade e maturidade, precisamos é de relacionamentos perenes, estes que merecemos nos deliciar.

O que não dá, é para aceitar sumiço, desfechos entreabertos, brechas para o futuro, e buracos para o passado.

- Qualquer dia, na casualidade, eu te ligo. Um novo encontro talvez, novo tom de sentimentos, pode ser que seja diferente.

Um enredo inovador praquilo que deixamos para mais tarde. Quem sabe?

Não.

Ninguém quer ser deixado para depois. Precisamos é de paz, por algumas horas, por um dia. Ou até mesmo, por um momento. Se não é isso que você está procurando nos deixe aqui. Dois dias, três noites, e assim teremos os melhores flashbacks para toda uma vivência.

Agora, se você encontrou a sua mina de ouro, o seu amor da vida. Conte. Espalhe.

Essa tal felicidade estável, é a melhor mágica que podemos descobrir. Viver o outro a cada dia e se surpreender.

O outro que pode ser o mesmo todos os dias.

Chega de páginas puladas, e capítulos desordenados. Agora você precisa é observar com atenção e se reinventar constantemente. Não é fácil, posso imaginar.

Mas é de início, meio e fim que nossas histórias precisam nada de novelas intermináveis, com arroubos de venturas e agudas tristezas.

Que seja válido enquanto dure. Apenas isso.

Estamos de passagem por aqui mesmo.

Um grande beijo no coração.

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