Da Dinâmica da Vida: Chegadas e Partidas

Pessoas vêm e vão. E essa é, a meu ver, uma das coisas que tornam a vida ainda mais caprichosa, imprevisível e repleta de ironias: a instabilidade das relações humanas. O que hoje é, amanhã talvez não será. Quem hoje te faz companhia, amanhã talvez evitará sua presença.

Se quiserem partir, não se aborreça, não comprometa sua juventude e sua sanidade. “Quando um não quer, dois não brigam”, dizem por aí – e eu corroboro! Repito a primeira frase, agora invertida, pra mudar o sentido da afirmação: pessoas vão e vêm. Uns se distanciam, mas outros se aproximam e chegam para ficar. É assim desde o início dos tempos.

Se quiserem vir para somar, se quiserem compartilhar bons momentos, devemos estar de braços abertos para proporcionar uma calorosa recepção. Se quiserem ir, “a porta da rua é serventia da casa”. E que aproveitemos até as partidas mais abruptas e insensatas para amadurecimento próprio – porque aprendemos desde cedo que o melhor a se fazer com o lixo é reciclá-lo, e isso deve ser aplicado de modo análogo a algumas das nossas relações pessoais.

A cada partida, um vazio capaz de fazer qualquer flor murchar. A cada chegada, a esperança que desabrocha as mais vistosas corolas.

Publicado originalmente no blog pessoal "Devaneios na Ponta do Lápis": http://devaneiosnapontadolapis.blogspot.com.br/