ROMPER... TÃO DIFÍCIL

Naquela noite eu era uma sombra devaneando. Não podia evitar os pensamentos carregados de dúvida, culpa e remorso. Já era tarde, o sono sequer se aproximava, e eu precisava tomar uma decisão, e tinha que ser a certa.

Eu olhava o celular, nele buscando uma solução para a angústia que me atormentava. Uma sensação de tristeza me fazia demente. Por que tanta coisa acontecendo, e o amor, o mais importante, continuava sendo um problema na minha vida?

Tocada por uma letra, decidi enviar um torpedo: "[Não tenho tempo a perder, só quero saber do que pode dar certo]. Melhor a gente esquecer tudo. Quero só as boas lembranças, nada de insultos e mágoas."

E me veio a resposta: "Que bacana! [quero que você seja feliz... eu vou conseguir também...] mas vou sentir saudades".

E enquanto um novo torpedo eu digitava, recebi outro: "Só queria saber de você".

E a tecla "enviar" levou o que o meu coração queria dizer naquela hora, outra vez com uma canção: "[Depois de fazer tantos planos de um futuro pra nós... depois de tantos desenganos, nós nos abandonamos, como tantos casais... quero que você seja feliz...]"

Essa mensagem seguia como se um pedaço de mim a acompanhasse. Era uma parte do que sou saindo para se perder, e eu não mais a teria de volta. Isso me fez sentir doer o peito, e segurar o pranto tornou-se impossível.

E precisei enviar mais um outro torpedo, agora para finalizar: "Sei que pode sentir daí a minha dor, já que é tão parecido comigo. Nunca senti o amor em tamanha intensidade, com tanta força, mas você não pode com ele, não agora. Um beijo".

E, para arrebentar com o meu peito, ele respondeu: "Não agora, mas eu te amo."

Maria Celça
Enviado por Maria Celça em 06/06/2013
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