Dando um tempo.

Você se foi, juntou tudo o que tinha em uma mala e saiu. Lembro-me que ainda se arriscou um último olhar para trás como querendo se certificar de que nada havia esquecido. Lembro-me que este teu gesto doeu mais do que a falta da despedida, isto porque nem sequer olhou para mim, enquanto que eu via o mundo desabar sobre minha cabeça, mas dentro do meu orgulho eu mantive acesa aquela tocha de esperança, também arrumei minha bagagem que de momento não constava de nenhum tipo de vestuário, somente as muitas lembranças dos muitos momentos vividos entre nós dois, porque no auge do meu sofrimento eu entendia que se mantivesse trancado debaixo de sete chaves aquilo que tinha sido a minha felicidade, poderia quem sabe sobreviver para poder recebê-la quando voltasse, pois afinal de contas, naquela mala com a qual saiu nada mais levou do que, tenho certeza, o imenso amor que recebeu de mim.

DIASMONTE
Enviado por DIASMONTE em 08/12/2011
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