...Aquele mar era tão tranquilo. E o que foi feito de tanta promessa? Pois, sinto o cheiro... Tempestade à vista!

Aqui dentro o mar vive revolto, pondo em risco a minha sanidade. Os ventos sopram uma canção frágil e os pensamentos formam ondas inesperadas e traiçoeiras. São águas salgando o choro da confusão, da profusão do não.

Nunca tive tanta dificuldade pra dizer em palavras o que grita na minha cabeça. São muitas vozes pronunciadas na falta de educação. Elas me absorvem. Elas me condenam. Elas me pedem para estender a mão, oferecer ajuda. Elas me dizem que eu não sou o Pai misericordioso da parábola do Cristo. Elas berram... Gemendo e sentenciando-me a comer da porcaria e dos restos de uma vida sem amor. Filho Pródigo sem perdão, sem anel de ouro no dedo, sem a alegria na chegada.

Festa de silêncio e dor. E por mais que eu não saiba o que dizer, e talvez não diga mais nada, as cicatrizes contam-me suas histórias. Assombram as ruas por onde eu costumava correr na energia de minha infância. Alerta-me do perigo que você representa.

Que lugar é este? É o Vale de lágrimas...
Quero o colo de mãe... É o que eu peço.
 
 

Imagem - Fonte: Google
Toni DeSouza
Enviado por Toni DeSouza em 01/10/2011
Reeditado em 01/10/2011
Código do texto: T3251778
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