Despedida

Meu caro Luiz,

Estou indo embora. Vivi muitos anos com você mas vejo hoje que poucas vezes você me realizou. A partir de agora lhe deixo com você mesmo. Sinto que não lhe sou mais útil. A vida lhe fez duro, amargo, sem romantismo, suas aspirações se foram por completo e você acabou não me dando mais atenção. Sei que a culpa não é sua. Até que você me tratou bem.

Fiz-lhe companhia nas horas certas. Estimulei-lhe o bastante para você ir adiante, mas sinto que não o suficiente para que você quisesse ainda conviver comigo. Sei que vai lhe ser muito duro. Um choque. Tudo tem o seu tempo. Tudo passa. Na vida as coisas são muito dinâmicas, nem sempre elas acontecem como gostaríamos. É triste. Fracassamos. Por favor me esqueça por completo e, para sempre.

Seus Sonhos

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Bonus (mais uma "tirada" para refletir....)

O Ponto

O ponto é por excelência um solitário, parágrafo, final. O ponto é fechado em si mesmo, imóvel, perdidamente redondo.

- Quase sempre eu me vejo dentro dele. Sempre à noite chego naquele ponto, pronto, tonto.

Uma vez o ponto se desdobrou, se reticenciou, criou dois amigos. Mas foi tudo muito superficial, apenas insinuativo e ele voltou a ser o mesmo ponto, parágrafo, solitário, final. Somente um ponto.