A morte do amor

Meu coração vulcânico

Em minha amplitude

Sigo refutando o que dizes

Em sua total alienação

Desdém o que deveras sinto

Ignora-me...

Me atiro num abissal profundo

Me corrompo, me desfaço

Me reviro pelo avesso

Deambulando pela vida vou

Abrindo mão da abastança que tinha

A procura da efígie

Que violentamente me repreende

Sinto-me exânime

Pois a ti não convenço

Ajoelhada me decomponho

Esfaimada, morimbunda

Neste fastígio fim

Permaneces na equinimidade

Desalmado, espolia-me

E eu estouvada,

Exauspero-me e de nada adianta

Põe-se a abespinhar

Como se minhas auguras fossem uma inépcia

Em minha privação de orgulho

Apoteose de meus conflitos

Rendo-me, abastenho-me

Já não há forças...

açoitada por sua incapacidade

Não enxergastes a verdade

Sobrevivo a minha própria sombra

Inerte a luz do mundo

Amei-te, e este foi o meu gládio

Eis que já é tarde

E amor q lhe foi dado

Terás saudades

O amor partiu

Faleceu pelo martírio

As flores secaram

O céu chorou

No sepultamento do amor

Hoje tu me amas

Te tornastes teu próprio carrasco

Virastes as costas ao amor

E ele o impregnaste

Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 08/07/2009
Código do texto: T1687978
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