Amores imperfeitos
Há alguém que eu não conheço, mas que eu fui capaz de magoar.
Alguém que as palavras eram belas e num momento de sinceridade perderam toda a magia.
Há alguém que eu quis arrebatar para o meu mundo imaginário, onde tudo é belo mesmo sem se ver. Onde as pessoas devem confiar incondicionalmente umas nas outras, para que os limites do irreal não sejam rompidos. Um mundo onde se desafia a amar de olhos vendados, sem deixar que a curiosidade desvende os segredos que alimentam o mistério da existência anônima.
Há alguém que eu “perdi”, por pensar que o meu jeito físico de ser fosse menos importante do que as palavras que me fazem viver neste mundo louco e contraditório.
Há alguém que eu queria perto de mim e em minha vida propriamente dita. Porém, seria querer demais pedir para que tudo fosse perfeito, num mundo onde os espinhos parecem ter mais relevância do que o exalar das rosas.
Há alguém que eu quero pedir desculpas, mas que não vejo os olhos para demonstrar a minha sinceridade. Infelizmente, a geografia (e a física) do meu mundo imaginário ainda não encontrou um jeito de extinguir a distância material entre os corpos. A matemática (e a biologia) do meu pequeno recanto irreal ainda não descobriu a fórmula para se amar sem se ver.
Num mundo de sonhos coisas impossíveis deveriam acontecer. Se não ocorrem é porque talvez não existam coisas totalmente impossíveis, muito menos mundos completamente irreais.
Enquanto esses amores imperfeitos persistem em inundar-me de vez em quando, a vida passa e, embora não pareça, é nesta vida louca que eu vou me sentindo a pessoa mais feliz do mundo!
Há alguém que eu amei durante alguns milésimos de segundos e que eu poderia amar a minha vida inteira... Se não fosse o dever me convidando a sair da frente do computador.
BEM VINDO AO MUNDO REAL!
Lugar onde você pode exercitar sua imaginação, mas sem se esquecer dos compromissos do dia seguinte!!!