As lamentações de Jeremias - Jr7
Era nosso intuito comentar em separado as Lamentações de Jeremias, mas visto sua pequena dimensão e o assunto tratar das corriqueiras misérias em que se encontrava Israel, achei por bem encerrar a presente análise com uma releitura do seu segundo capítulo, como uma atualização interpretativa.
Substituiremos alguns nomes e termos (entre aspas simples) com o intuito de provocar um auto exame e – quem sabe?! – arrependimento do corpo cristão. Não peço perdão pelas minhas amargas comparações, a não ser por minhas próprias fraquezas!
“Como cobriu o Senhor de nuvens na sua ‘repreensão’ o ‘anjo da igreja de Laodiceia’! Derrubou do céu à terra a glória da ‘igreja dos primogênitos’, e não se lembrou do escabelo de seus pés, no dia da sua ‘correção’.
Devorou o Senhor todos ‘os vossos deleites’, e não se apiedou; derrubou no seu furor as fortalezas das ‘doutrinas’, e abateu-as até à terra; profanou ‘seus ministérios’ e os seus ‘líderes’.
No furor do seu ‘castigo’ cortou toda a força da ‘igreja gloriosa’; retirou para trás a sua destra de diante do inimigo; e ardeu contra os ‘filhos de adoção’, como labareda de fogo que consome em redor.
Armou o seu arco como inimigo, firmou a sua destra como adversário, e matou tudo o que era formoso à vista; derramou a sua indignação como fogo nos ‘palanques’ da ‘cristandade’.
Tornou-se o Senhor como inimigo; devorou as ‘igrejas’, devorou a todos os seus palácios, destruiu as suas fortalezas; e multiplicou na ‘cidade do Deus vivo’ a lamentação e a tristeza.
E arrancou o seu ‘castiçal’ com violência, como se fosse o de uma ‘oliveira brava’; destruiu o lugar da sua congregação; o Senhor, em ‘sua morada’, pôs em esquecimento a festa solene e o sábado ‘e o domingo’, e na indignação dos seus ‘açoites’ rejeitou com desprezo o ‘pregador’ e o ‘ouvinte’.
Rejeitou o Senhor o seu altar, detestou o seu santuário; entregou na mão do inimigo os muros dos seus palácios; deram gritos na casa do Senhor, como em dia de festa solene.
Intentou o Senhor ‘vomitar’ o ‘castiçal de Laodiceia’; estendeu o cordel sobre ele, não retirou a sua mão destruidora; fez gemer o antemuro ‘da fé’ e o muro ‘da esperança’; estão eles juntamente enfraquecidos.
As suas portas caíram por terra; ele destruiu e quebrou os seus ferrolhos; o seu ‘pastor’ e os seus ‘membros’ estão entre os ‘pagãos’, onde não há lei, nem os seus profetas acham visão alguma do Senhor.
Estão sentados na terra, silenciosos os anciãos da ‘universal assembleia’; lançam pó sobre as suas cabeças, cingiram sacos; ‘a nação santa, o povo adquirido’ abaixa a sua cabeça até à terra.
Já se consumiram os meus olhos com lágrimas, turbadas estão as minhas entranhas, o meu fígado se derramou pela terra por causa do quebrantamento da ‘glória’ do meu povo; pois desfalecem o menino e a criança de peito pelos ‘bancos de seus templos’.
Ao desfalecerem, como feridos, pelos ‘bancos de seus templos’, ao exalarem as suas almas no regaço de suas mães, perguntam a elas: Onde está o ‘dízimo’ e a ‘oferta’?
Que testemunho te trarei? A quem te compararei, ó ‘pobre e nua Laodiceia’? A quem te assemelharei, para te consolar, ó ‘igreja do Deus vivo’? Porque grande como o mar é a tua quebradura; quem te sarará?
Os teus profetas viram para ti vaidade e loucura, e não manifestaram a tua maldade, para impedirem o teu cativeiro; mas viram para ti ‘riquezas’ vãs e motivos de ‘soberba’.
Todos os que passam pelo caminho batem palmas, assobiam e meneiam as suas cabeças sobre os ‘participantes da vocação celestial’, dizendo: É esta a ‘geração eleita, o sacerdócio real’ que denominavam: perfeita em formosura, gozo de toda a terra?
Todos os teus inimigos abrem as suas bocas contra ti, assobiam e rangem os dentes; dizem: Nós a ‘contaminamos’; certamente este é o dia que esperávamos; nós a achamos, e a vimos.
Fez o Senhor o que intentou; cumpriu a sua palavra, que ordenou desde os dias da antiguidade; derrubou, e não se apiedou; fez que o inimigo se alegrasse por tua causa, exaltou o poder dos teus adversários.
O coração deles clamou ao Senhor: Ó ‘cega Laodiceia’, corram as tuas lágrimas como um ribeiro, de dia e de noite; não te dês descanso, nem parem as meninas de teus olhos.
Levanta-te, clama de noite no princípio das vigias; derrama o teu coração como águas diante da presença do Senhor; levanta a ele as tuas mãos, pela vida de teus filhinhos, que desfalecem de fome à entrada de todos os ‘teus templos’.
Vê, ó Senhor, e considera a quem fizeste assim! Hão de comer as mulheres o fruto de si mesmas, as crianças que trazem nos braços? Ou matar-se-á no santuário do Senhor o ‘pastor’ e o profeta?
Jazem por terra pelas ‘denominações’ o moço e o velho; as minhas virgens e os meus jovens vieram a cair à ‘aguda’ espada ‘de dois fios’; tu os ‘vomitaste’ no dia do teu ‘julgamento’; mataste e não te apiedaste.
Convocaste os meus temores em redor como num dia de solenidade; não houve no dia do ‘juízo’ do Senhor quem escapasse, ou ficasse; aqueles que eu trouxe nas mãos e sustentei, o ‘maligno’ os consumiu” (Lamentações 2.1-22).
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