Espada, peste e fome – o espelho - Jr3
Terminamos nossa última nota em tom nublado, falando tanto da nação de Israel que escondeu seu Messias, bem como da Igreja, corpo de Cristo, que tem decepado, aviltado e corrompido seu testemunho. Aqueles não passaram impunes, e estes – nós – também não o passarão.
Três castigos sombrios – espada, peste e fome – aparecem, juntas no mesmo versículo, 9 vezes (3x3) pelo texto de Jeremias (14.12, 24.10, 27.13, 27.8, 29.17, 29.18, 42.17, 42.22, 44.13). Mas se levarmos em conta termos que os substituem, como pestilência, enfermidades e guerra, somaremos 27 alertas (9x3) para a nação de então. E se buscarmos termos que ampliam e ressaltam estes castigos – como desolação, espanto, maldição, opróbrio, assobio, escárnio, provérbio – esse número chega a pelo menos 33 avisos.
Se para Israel que estava posicionado no terreno, preso ao visível e ‘feitos segundo a lei do mandamento carnal’ (Hb 7.16a), a justiça de Deus foi implacável – que se poderia esperar para aqueles que já foram posicionados no celeste, livres pelo invisível e feitos “segundo a virtude da vida incorruptível” (Hb 7.16b)?!
Poderíamos lembrar e parafrasear o escritor aos Hebreus fazendo o mesmo questionamento, porém de forma mais contundente.
“Porque, se a palavra falada pelos anjos permaneceu firme, e toda a transgressão e desobediência recebeu a justa retribuição, como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram...? (Hb 2.2-3).
Se o leitor se atentou bem para os 3 castigos acima, certamente lembrou que convivemos desde o início de 2020 com uma certa peste global, porém com um nome mais agradável (pandemia), que alterou profundamente todo o relacionamento humano e ainda limitou sua movimentação física. Nem vamos comentar de Igrejas de Cristo vergonhosamente fechadas.
Também deveria se lembrar que estamos presenciando uma guerra (termo abrandado para ‘operação militar especial’ por um dos lados) que já dura 10 meses (início em 24/02/2022), e que de forma indireta vários países têm fomentado o conflito, seja com armas, dinheiro e sanções comerciais que afetam não só os envolvidos, mas o globo inteiro. Temos acompanhado graves consequências energéticas para toda a Europa, e de alguma forma também dificultado a movimentação humana dos povos envolvidos. E seus efeitos mais nefastos ainda serão mais sentidos conforme o conflito se estende.
E provavelmente você também já deve ter ouvido de uma fome (amenizada para ‘crise alimentar’) sem precedente que já se insinua no mundo, prevista por especialistas aparentemente sérios, decorrente destes dois ‘apertos’ da chave de mão divina.
Não... não estamos falando da tribulação. Ela ainda não começou! Mas assim como Israel era avisado com estes 3 castigos do perigo iminente do seu cativeiro babilônico, também nós agora somos avisados, pela reprise destas desgraças, do cativeiro que em breve castigará o mundo.
Se você está acostumado à leitura apocalíptica, se lembrará de que estas 3 ameaças globais estão precisamente profetizadas na abertura daqueles tão temidos selos que invocam os (des)conhecidos 4 cavaleiros do Apocalipse. Vamos resumir bem o texto.
“E, havendo o Cordeiro aberto um dos selos, olhei... e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele tinha um arco; e foi-lhe dada uma coroa, e saiu vitorioso, e para vencer.
E, havendo aberto o segundo selo... saiu outro cavalo, vermelho; e ao que estava assentado sobre ele foi dado que tirasse a paz da terra, e que se matassem uns aos outros; e foi-lhe dada uma grande espada.
E, havendo aberto o terceiro selo... eis um cavalo preto e o que sobre ele estava assentado tinha uma balança em sua mão. E ouvi uma voz no meio dos quatro animais, que dizia: Uma medida de trigo por um dinheiro, e três medidas de cevada por um dinheiro [altíssima inflação pela escassez do produto que culminará em fome extrema]; e não danifiques o azeite e o vinho.
E, havendo aberto o quarto selo... eis um cavalo amarelo, e o que estava assentado sobre ele tinha por nome Morte; e o inferno o seguia; e foi-lhes dado poder para matar a quarta parte da terra, com espada, e com fome, e com peste, e com as feras [ou bestas] da terra” (Ap 6.1-8).
Apesar dos selos apocalípticos ainda não terem sido abertos, vemos que já estão em pleno desenvolvimento. Os castigos que temos presenciado são, de forma figurada, como uma imagem refletida no espelho do objeto real que sobrevirá em breve e com muito mais violência.
Partindo de uma data que me estava escondida até poucas semanas atrás – e devo frisar que se trata somente de uma proposição ou conjectura – poderia haver um período de carência ou espera (de três anos e meio, ou 42 meses de 30 dias judaicos ou 1260 dias) para os 3 selos apocalípticos, como em espelho ou reflexo da primeira metade da tribulação, iniciando sua contagem em 20/01/2020, data oficial em que foi declarada pela OMS uma ‘emergência pública internacional’ (https://pt.wikipedia.org/wiki/Pandemia_de_COVID-19).
Se somarmos a esta data os 1260 dias em espelho – como antecipação, preparação e alerta – da primeira metade da tribulação, chegaríamos em 03/07/23 (https://www.calendario-365.com.br/calcular/20-01-2020_03-07-2023.html).
O período de 1260 dias já é bem conhecido dos cristãos, visto tratar de metade da tribulação (mencionado 2 vezes em Apocalipse 11.3 e 12.6), e que corresponde ao tempo da quebra do pacto que será estipulado por 7 anos entre Israel e o anticristo, mencionado por Daniel.
“E ele [o chifre pequeno que se levantará da Europa romana ou a primeira fase da besta que sobe do mar] firmará aliança com muitos por uma semana [uma semana de anos = 7 anos]; e na metade da semana [3,5 anos ou 1260 dias] fará cessar o sacrifício e a oblação [no futuro e breve templo a ser reconstruído em Jerusalém]; e sobre a asa das abominações virá o assolador [a segunda fase da besta que sobe do abismo], e isso até à consumação” (Dn 9.27).
Mas há outras duas contagens em Daniel que ultrapassam estes 1260 dias como que em uma extensão do tempo, talvez para purificação dos judeus de então.
“E desde o tempo em que o sacrifício contínuo for tirado [sacrifícios no novo Templo restaurado em Jerusalém], e posta a abominação desoladora [a entronização do anticristo neste templo conforme predito por Jesus em Mt 24.15], haverá mil duzentos e noventa dias [1260+30]. Bem-aventurado o que espera e chega até mil trezentos e trinta e cinco dias [1260+75]” (Dn 12.11-12).
Se esta contagem refletir como num espelho (partindo de 20/01/2020 quando do início da peste) a preparação para o início da tribulação, teríamos a data limite de 16/09/2023 contados 1260 dias mais os 75 de bem-aventurança, como um tipo para a Igreja para a libertação de uns e para cativeiro de outros (https://www.calendario-365.com.br/calcular/20-01-2020_16-09-2023.html).
Ocorre que precisamente este dia (16/09/23) será a comemoração do novo ano judaico de 5784. Haveria então uma coincidência estranha quando exatamente o período de 1335 dias tivesse seu início numa pandemia que alterou os rumos deste planeta e um ano novo judaico (https://www.google.com/search?q=ano+novo+judaico+5784&client=opera&hs=maV&ei=RF6XY4rMMpvW1sQPw4So2A0&ved=0ahUKEwiK_raRx_T7AhUbq5UCHUMCCtsQ4dUDCA4&uact=5&oq=ano+novo+judaico+5784&gs_lcp=Cgxnd3Mtd2l6LXNlcnAQAzIFCAAQogQyBQgAEKIEMgUIABCiBDIHCAAQHhCiBDoKCAAQRxDWBBCwAzoHCAAQsAMQQzoECAAQQzoFCAAQgAQ6CQgAEEMQRhCBAjoGCAAQFhAeSgQIQRgASgQIRhgAUKQFWIEWYIMZaAFwAXgAgAGPAYgB3waSAQM0LjSYAQCgAQHIAQnAAQE&sclient=gws-wiz-serp).
Resumindo tudo: SE o que propus acima estiver correto, o período tribulacional de que falou o profeta Daniel poderá começar por volta do ano novo judaico 5784 (16/06/23). Isto implicaria (partindo do princípio de que o arrebatamento da Igreja seja pré-tribulacional) no arrebatamento até 75 dias anteriores à data limite acima (03/07/23 a 16/09/23).
O tempo se aproxima e brevemente saberemos se tudo se cumprirá neste período ou não. Uma coisa é certa – Jesus prometeu voltar, e certamente voltará. Devemos estar prontos para sua vinda praticamente iminente, e muito mais a cada dia que passa e diminui seu prazo de retorno.
Enquanto isto, comentaremos sobre o segundo castigo – o mal que vem e que já está no Norte.