Dois novilhos - Is8
Passamos agora a analisar o caráter de dois novilhos totalmente antagônicos, iniciando pelo celeste e em conexão com uma conhecida profecia messiânica de Isaías.
“Eis aqui o meu servo, a quem sustenho, o meu eleito, em quem se apraz a minha alma; pus o meu espírito sobre ele; ele trará justiça aos gentios. Não clamará, não se exaltará, nem fará ouvir a sua voz na praça. A cana trilhada não quebrará, nem apagará o pavio que fumega; com verdade trará justiça... Eu, o Senhor, te chamei em justiça, e te tomarei pela mão, e te guardarei, e te darei por aliança do povo [Israel], e para luz dos gentios. Para abrir os olhos dos cegos, para tirar da prisão os presos, e do cárcere os que jazem em trevas” (Is 42.1-7).
“E... pondo-se de joelhos, orava, dizendo: Pai, se queres, passa de mim este cálice; todavia não se faça a minha vontade, mas a tua” (Lc 22.41-42).
A simbologia animal mais perfeita dentre as muitas figuras do Antigo Testamento que demonstram esta servidão sem igual, talvez seja a do boi (animal adulto) e o novilho ou bezerro (animal jovem). Vamos então entrelaçar algumas ideias.
Primeiro, o novilho e boi perfeitos.
“Porque eu desci do céu [como novilho], não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou” (Jo 6.38).
“E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz [como boi pronto para o abate]” (Fp 2.8).
Com base na primeira passagem acima, podemos entender por que 12 novilhos (dentre outras ofertas) foram sacrificados por cada tribo de Israel, quando da consagração do altar do holocausto – representação final e máxima da sua obediência.
“Esta foi a consagração do altar, feita pelos príncipes de Israel, no dia em que foi ungido... Todos os animais para holocausto foram doze novilhos...” (Nm 7.84-87).
Nosso bendito substituto sempre esteve preparado para sua morte, desde sua infância, pois já desceu com esta missão específica. Ele só aguardava o momento oportuno de sua perfeita maturidade humana para o sacrifício de si mesmo no mais terrível dos altares – sua cruz. Mas devemos frisar – apesar de carregar uma cruz física somente nos momentos antecedentes à sua morte, Ele sempre a carregou em sua disposição mental e espiritual.
Passemos agora ao outro novilho ou bezerro, conforme a tradução do texto bíblico.
“Mas vendo o povo que Moisés tardava em descer do monte [o Messias de Israel também não tem demorado na visão deles, uma vez que rejeitaram o primeiro?], acercou-se de Arão, e disse-lhe: Levanta-te, faze-nos deuses, que vão adiante de nós; porque quanto a este Moisés, o homem que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que lhe sucedeu. E Arão lhes disse: Arrancai os pendentes de ouro, que estão nas orelhas de vossas mulheres, e de vossos filhos, e de vossas filhas, e trazei-mos... E ele os tomou das suas mãos, e trabalhou o ouro com um buril, e fez dele um bezerro de fundição. Então disseram: Este é teu deus, ó Israel, que te tirou da terra do Egito. E Arão, vendo isto, edificou um altar diante dele; e apregoou Arão, e disse: Amanhã será festa ao Senhor” (Êx 32.1-5).
Este texto é de arrepiar todos os cabelos. Como se poderia fazer ‘festa ao Senhor’ com uma imagem de um mero animal, ainda que de ouro maciço?
Não podiam entender a diferença brutal que existia entre um animal (de ouro, inanimado, feito por mãos humanas), e um Deus Vivo, auto intitulado ‘EU SOU’, poderoso na sua recém libertação do Egito?
Então por que uma imagem ‘tosca’ de um frágil bezerro? A resposta é simples: o bezerro servil jamais exigiria santidade, separação, responsabilidade civil e religiosa como o Senhor dos Exércitos.
O povo dirigiria o bezerro à sua vontade, mas o Todo-Poderoso jamais o admitiria.
A contra prova simples do que propomos está na resposta arrogante e atrevida que seu Messias Jesus antecede em uma de suas parábolas.
“Mas os seus concidadãos odiavam-no, e mandaram após ele embaixadores, dizendo: Não queremos que este reine sobre nós” (Lc 19.14).
Jesus, o verdadeiro novilho que se torna apto para o abate na cruz já na forma adulta do boi, submeteu-se integral, incondicional e perfeitamente ao seu Pai. Israel preferiu um bezerro morto que nada poderia salvar, purificar ou aperfeiçoar.
Hoje repetem a mesma história, passados exatos sete dias da chegada de 5 novilhas vermelhas em Israel, vindas do Texas (https://ultimosacontecimentos.com.br/5-novilhas-vermelhas-chegam-a-israel/). Novamente um bezerro será fundido em festa judaica breve, num profano, desprezível e afrontoso desprezo ao seu Messias Jesus.
Isaías se levantará naquele dia como testemunha eterna dos pecados de seu povo e lamentará com as palavras de Deus ditas e profetizadas há tanto tempo.
“Quando vindes para comparecer perante mim, quem requereu isto de vossas mãos, que viésseis a pisar os meus átrios? Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação, e as luas novas, e os sábados, e a convocação das assembleias; não posso suportar iniquidade, nem mesmo a reunião solene. As vossas luas novas, e as vossas solenidades, a minha alma as odeia; já me são pesadas; já estou cansado de as sofrer. Por isso, quando estendeis as vossas mãos, escondo de vós os meus olhos; e ainda que multipliqueis as vossas orações, não as ouvirei, porque as vossas mãos estão cheias de sangue” (Is 1.12-15).
Espero voltar a este assunto. Por ora, findamos esta breve análise de Isaías e partimos para outro profeta não menor em importância e significado – Jeremias. Ainda dá tempo!!!