Jacó e Israel – castigo e glória - Is4
Em nossa nota anterior, falamos sobre duas facetas da descendência de Abraão – sua criação e sua posição. Estas falam tanto do passado quanto do presente.
Agora abordaremos as consequência do seu posicionamento, já falando de seu futuro. Primeiro o castigo.
“Por isso profanei os príncipes do santuário; e entreguei Jacó ao anátema, e Israel ao opróbrio” (43.28) – conquanto Jacó, a semente física, seja entregue à maldição, Israel, sua semente espiritual, será entregue à vergonha. Aquela tem uma resposta intransigente e justa, esta uma vergonha transitória resgatada pela graça.
“E acontecerá naquele dia que os restantes de Israel, e os que tiverem escapado da casa de Jacó, nunca mais se estribarão sobre aquele que os feriu; antes se estribarão verdadeiramente sobre o Senhor, o Santo de Israel” (10.20) – os dois termos aqui somam a semente espiritual de Jacó, pois os que escaparão de Jacó na tribulação futura, óbvia e necessariamente farão parte do remanescente de Israel.
“Quem entregou a Jacó por despojo, e a Israel aos roubadores? Porventura não foi o Senhor, aquele contra quem pecamos, e nos caminhos do qual não queriam andar, não dando ouvidos à sua lei?” (42.24) – enquanto Jacó é despojado, sem possibilidade de retorno, por seu grave pecado em não crer e se submeter ao seu Deus, Israel seria roubado, não necessariamente por sua falta, mas por estar ligado na terra ao povo comum de Jacó. Como diz aquele velho ditado – os justos pagam pelos pecadores.
Mas se Jacó será julgado de forma implacável, o mesmo não podemos dizer de sua semente espiritual – o Israel que será resgatado definitivamente ao final de seu castigo.
“Porque o SENHOR se compadecerá de Jacó, e ainda escolherá a Israel e os porá na sua própria terra; e ajuntar-se-ão com eles os estrangeiros, e se achegarão à casa de Jacó” (14.1).
Neste exato momento, Deus tem se apiedado da semente de Jacó como um todo ao permitir que ela voltasse para sua terra natal desde 1948, mas a eleição final para salvação está prometida somente à semente espiritual deste povo. Não vamos entrar por ora na diferença entre um povo que se congregou por seus próprios esforços em sua terra (ainda que pela misericórdia e permissão do Senhor) e entre sua reintrodução (desta vez pelo braço estendido do Criador) em futuro próximo ao final da tribulação, quando toda a nação será perseguida e dispersa novamente, e então salva definitivamente.
“Dias virão em que Jacó lançará raízes, e florescerá e brotará Israel, e encherão de fruto a face do mundo” (27.6) – confirmando o que acabamos de falar, a semente natural voltou para sua terra sem seu Deus, mas ao final da angústia de Jacó um remanescente fiel se levantará e que mudará a face de nosso mundo.
“Cantai alegres, vós, ó céus, porque o Senhor o fez; exultai vós, as partes mais baixas da terra; vós, montes, retumbai com júbilo; também vós, bosques, e todas as suas árvores; porque o Senhor remiu a Jacó, e glorificou-se em Israel” (44.23).
Poderíamos agora parafrasear aquela triste condenação do povo de Israel recém saído do Egito, contida no inspirado livro aos Hebreus.
“Mas com quem se indignou por quarenta anos? Não foi porventura com os que pecaram, cujos corpos caíram no deserto? E a quem jurou que não entrariam no seu repouso, senão aos que foram desobedientes? E vemos que não puderam entrar por causa da sua incredulidade” (Hb 3.17-19).
Novamente em futuro bem próximo, muitos ouvirão e seguirão ao falso messias que se erguerá, mas apenas aquele remanescente escolhido desde a fundação do mundo gritará a plenos pulmões – Bendito aquele que vem em nome do Senhor!
“Lembra-te destas coisas, ó Jacó, e Israel, porquanto és meu servo; eu te formei, meu servo és, ó Israel, não me esquecerei de ti. Apaguei as tuas transgressões como a névoa, e os teus pecados como a nuvem; torna-te para mim, porque eu te remi” (44.21-22).
Digamos pois como Moisés.
“Volta, ó Senhor, para os muitos milhares de Israel” (Nm 10.36).