A usura e a dádiva - Ne5

Um problema grave se levanta na congregação dos que haviam retornado à terra de Israel – o velho e novo esquema da usura, ou modernamente falando, dos juros que ‘devoram’ nosso trabalho.

Uns reclamavam da dificuldade de obter o trigo, outros que haviam empenhado terras e vinhas para obtenção deste trigo, e ainda outros que haviam pedido emprestado até para pagar os tributos costumeiros.

“Porque havia quem dizia: Nós, nossos filhos e nossas filhas, somos muitos; então tomemos trigo, para que comamos e vivamos.

Também havia quem dizia: As nossas terras, as nossas vinhas e as nossas casas empenhamos, para tomarmos trigo nesta fome.

Também havia quem dizia: Tomamos emprestado dinheiro até para o tributo do rei, sobre as nossas terras e as nossas vinhas” (Ne 5.2-4).

A Lei mosaica era clara quanto ao empréstimo entre irmãos e tribos de Israel.

“Se emprestares dinheiro ao meu povo, ao pobre que está contigo, não te haverás com ele como um usurário; não lhe imporeis usura” (Ex 22.25).

“Não tomarás dele juros, nem ganho; mas do teu Deus terás temor, para que teu irmão viva contigo. Não lhe darás teu dinheiro com usura, nem darás do teu alimento por interesse” (Lv 25.36-37).

A resolução do caso se encontra descrito pelo capítulo cinco de Neemias, que não vamos detalhar, pois buscamos “coisas melhores, e coisas que acompanham a salvação” (Hb 6.9).

Deus esperava entre os filhos de Israel, como espera dos filhos de Deus neste tempo presente, a misericórdia – que retira a dívida, e a graça – que enche as mãos.

“O ímpio toma emprestado, e não paga; mas o justo se compadece e dá” (Sl 37.21).

“E, se o irmão ou a irmã estiverem nus, e tiverem falta de mantimento quotidiano, e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos, e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí?” (Tg 2.15-16).

Deus pode exigir tal conduta pelo simples fato de que Ele forneceu o exemplo maior, elevou a conduta simplesmente meritória pela graciosa.

“Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)” (Ef 2.4-5).

“Porque apenas alguém morrerá por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém ouse morrer. Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores. Logo muito mais agora, tendo sido justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira” (Rm 5.7-9).

Cabe a nós nestes últimos dias antes de nossa reunião com Ele, assim como Israel restituiu os bens daqueles pobres que buscavam o simples pão de cada dia, também devolvermos o que cabe a nosso irmão e irmã.

“Portanto, dai a cada um o que deveis: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra. A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei” (Rm 13.7-8).

E, acima de tudo – “Confessai as vossas culpas uns aos outros, e orai uns pelos outros, para que sareis. A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos” (Tg 5.16).

Vamos começar a devolver a cada um o amor de Cristo que já foi derramado em nossas vidas??