A confissão de Neemias - Ne3
A confissão em oração de Neemias é tão sincera e sentida, que não poderíamos deixar de lado nestas reflexões em que temos tentado trazer mais brilho à Palavra de Deus.
Primeiro pelo teor da oração em si mesma, segundo pelo poder e influência que teria sobre todos os fiéis de todos os tempos, e terceiro por este tempo final específico em que vivemos.
Lembremos que a oração-confissão veio à tona depois que Neemias descobriu e sentiu o estado arruinado em que se encontrava Jerusalém, como vimos na nota anterior. Uma espécie de amargura se instalou em seu coração como bem podemos ler.
“E sucedeu que, ouvindo eu estas palavras, assentei-me e chorei, e lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus” (1.4).
Sua preocupação e dor sinceras o levaram a um processo de exame de si mesmo e de seu povo como um todo. Então ele – se assenta – chora – lamenta – jejua – e ora por vários dias até que – sua confissão é derramada em forma de súplica ao Deus de seu povo.
De forma muito resumida, sua confissão – bem como toda confissão em qualquer tempo – toca em 3 pontos cruciais.
1) Ele louva o “Deus dos céus, Deus grande e terrível”;
2) Ele clama pela benignidade de Deus para que estejam “atentos os teus ouvidos e os teus olhos abertos, para ouvires a oração do teu servo, que eu hoje faço perante ti, dia e noite, pelos filhos de Israel”;
3) Ele faz “confissão pelos pecados dos filhos de Israel, que temos cometido contra ti; também eu e a casa de meu pai temos pecado”.
Debaixo do Novo Testamento em que vivemos, também os mesmos ingredientes se fazem necessários, porém sob condições mais promissoras.
1) “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo” (Ef 1.3)”;
2) “Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós, como não nos dará também com ele todas as coisas?” (Rm 8.32);
3) “Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça. Se dissermos que não pecamos, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós” (1 Jo 1.8-10).
Se nós, membros do corpo de Cristo, não nos assentarmos, chorarmos, lamentarmos, jejuarmos e orarmos insistentemente, até que o mesmo espírito de confissão de Neemias pelos pecados de seu povo se derrame desde o alto sobre nossa Igreja – uma firme, terrível e brevíssima palavra profética recairá sobre todos nós:
“Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente!
Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca...
Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê pois zeloso, e arrepende-te.
Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.
Ao que vencer lhe concederei que se assente comigo no meu trono; assim como eu venci, e me assentei com meu Pai no seu trono.
Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas” (Ap 3.15-16, 19-22).
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