Neemias em foco! - Ne1
Este livro abre com a triste descrição do estado de Jerusalém, notícia trazida por um dos irmãos de Neemias. Como se denota no texto, ele servia ao grande Artaxerxes (465-424 a.C.) no palácio de Susã, capital persa.
Enquanto Susã era cercada de riqueza e fortes muros, contrastava “o muro de Jerusalém fendido e as suas portas queimadas a fogo” (Ne 1.3).
Neemias se prostra em lágrimas, jejuns e orações, e, passados alguns dias neste estado de tristeza e clamor, levanta ao Deus de seus pais uma confissão que faria muito bem se pudesse ser trazida nos lábios de todo cristão sincero nestes últimos dias.
Enquanto serve ao rei, não pode esconder suas dores e inconformismo, o que o leva a fazer seu atrevido pedido de retornar à sua terra e reconstruir sua cidade. Sendo favorecido por seu Deus, retorna em paz e, ao terceiro dia, faz um tour noturno, secretamente, às ruínas da cidade.
Uma longa descrição dos trechos da muralha de Jerusalém em reconstrução, bem como seus responsáveis, serão nomeados cuidadosamente, pois Deus jamais se esquece do salário de seus trabalhadores, ainda que não recebamos muito nesta vida.
Logo entram em cena os inimigos constantes de Israel, ou melhor, do seu Deus, e de ameaça em ameaça perturbam, mas não impedem a continuidade das obras. Por dez vezes serão avisados pelos judeus que habitavam entre os inimigos das ciladas destes. Lanças e espadas se unem aos instrumentos de restauração dos judeus.
Surge então a demanda de algo que se havia ‘esquecido’ na lei de Moisés – o empréstimo por usura aos irmãos mais pobres, e que mesmo o sofrido exílio não havia ensinado. Neemias tomará novamente a rédea do assunto.
Uma nova cilada é engendrada contra Neemias, exatamente no tocante mais sagrado para um judeu – entrar no Santuário no lugar que caberia somente aos sacerdotes consagrados.
Entra em cena novamente o sacerdote Esdras que lerá perante todo o povo a lei do Senhor, e pasmem – “os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da lei”!
Uma espécie de reavivamento floresce, e as maiores marcas de um verdadeiro reavivamento brotam – confissão dos pecados e separação das sujeiras e vícios dos gentios que viviam ao seu redor, numa espécie de santificação e consagração santas ao seu Deus.
Passando aos dias de hoje, haveria esperança para nossa igreja Laodiceia neste exato momento se ela assim se portasse. Mas temo que a ganância e a luxúria encheram sua medida a tal ponto, que somente a reprovação e o castigo de Deus serão Sua resposta para os dias atuais e próximos.