Dons e contas - Ed6
Outra leva de imigrantes judeus se fez sob liderança de Esdras, nome a que é dado o livro que analisamos. E com ele, ofertas levantadas pelo povo e inclusive pelo rei Artaxerxes de então, foram trazidas para Jerusalém.
“Artaxerxes, rei dos reis, ao sacerdote Esdras, escriba da lei do Deus do céu, paz perfeita, em tal tempo. Por mim se decreta que no meu reino todo aquele do povo de Israel, e dos seus sacerdotes e levitas, que quiser ir contigo a Jerusalém, vá. Porquanto és enviado da parte do rei e dos seus sete conselheiros para fazeres inquirição a respeito de Judá e de Jerusalém, conforme à lei do teu Deus, que está na tua mão; e para levares a prata e o ouro que o rei e os seus conselheiros voluntariamente deram ao Deus de Israel, cuja habitação está em Jerusalém” (Ed 7.12-15).
Tudo foi pesado e entregue na mão de 12 colaboradores, mas não sem uma ressalva.
“Então separei doze dos chefes dos sacerdotes: Serebias, Hasabias, e com eles dez dos seus irmãos. E pesei-lhes a prata, o ouro e os vasos; que eram a oferta para a casa de nosso Deus, que ofereceram o rei, os seus conselheiros, os seus príncipes e todo o Israel que ali se achou...
E disse-lhes: Vós sois santos ao Senhor, e são santos estes utensílios, como também esta prata e este ouro, oferta voluntária, oferecida ao Senhor Deus de vossos pais. Vigiai, pois, e guardai-os até que os peseis na presença dos chefes dos sacerdotes e dos levitas, e dos chefes dos pais de Israel, em Jerusalém, nas câmaras da casa do Senhor” (8.24-29).
No período da lei de Moisés, os valores recebidos jamais poderiam ser inferiores na prestação de contas final, mas também não precisavam ser superiores. No entanto, quando do ministério terreno de Jesus para seu povo Israel, com vistas à oferta do reino de Deus ao seu povo, uma nova responsabilidade será acrescentada. Uma parábola muito conhecida eleva este patamar de prestação de contas.
“Respondendo, porém, o seu senhor, disse-lhe: Mau e negligente servo; sabias que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei? Devias então ter dado o meu dinheiro aos banqueiros e, quando eu viesse, receberia o meu com os juros. Tirai-lhe pois o talento, e dai-o ao que tem os dez talentos. Porque a qualquer que tiver será dado, e terá em abundância; mas ao que não tiver até o que tem ser-lhe-á tirado” (Mt 25.26-29).
“Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus” (Mt 5.20).
Também a nós, nesta era da Igreja, foram dadas provisões para esta vida, dons que recebemos de Deus e dos homens para utilizarmos com sabedoria em nossa vida e para o bem do reino de Deus.
“Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo. E, se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um se manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um” (1 Co 3.11-13).
O cristão só pode construir de forma duradoura sobre o fundamento da fé em Cristo, pelos dons e ministérios que nos foram entregues pelo Espírito Santo em nossa união vital com Ele.
“Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil” (1 Co 12.4-7).
Um dia, mais breve do que se pensa ou deseja, também será pesado todo ouro e prata que recebemos de Deus no exercício de nossa fé, tanto individualmente quanto coletivamente pelo corpo de Cristo.
“Porque já é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus; e, se primeiro começa por nós, qual será o fim daqueles que são desobedientes ao evangelho de Deus?
E, se o justo apenas se salva, onde aparecerá o ímpio e o pecador?” (1 Pe 4.17-18).
A seguir, comentaremos sobre uma das mais belas confissões feitas por um servo de Deus, e que bom seria se estivesse nos lábios da noiva do Cordeiro!