Ciro e o propósito divino maior - Ed2

Como foi muito bem colocado por Unger, em seu livro ‘A Arqueologia do Antigo Testamento’, o edito real de Ciro (o grande, o ariano), permitindo a reconstrução do templo judaico em sua terra original, não foi exclusivo para Israel. Fazia parte de sua política, em relação aos seus súditos submissos, uma certa liberdade nacional de governo e adoração.

Um cilindro em barro descoberto em 1879 conteria a permissão dos deportados de repatriação e reconstrução nacional e principalmente religiosa. Alguns contestam a veracidade da informação do livro de Esdras de que Ciro, já em seu primeiro ano, teria permitido o retorno de alguns judeus para a Israel geográfica, alegando que o cilindro permite somente a reconstrução de santuários mesopotâmicos, nada mencionando Judeia ou Jerusalém. Mas, se esta contestação for verdadeira, em que base os judeus puderam voltar e ainda reconstruir seu santuário? Não teria sido um milagre ainda maior, se somente eles pudessem ter voltado e ainda reconstruído seu santuário? A cegueira e incredulidade de alguns lança mais luz e glória neste caso.

Mas este belíssimo exemplar de misericórdia e graça não começa com Ciro propriamente. Começa bem antes, antes mesmo de seu nascimento, para que “a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida” por tantos quantos estejam dispostos a crer antes de ver. Isaías, pelo menos 150 anos antes, profetizou sobre a vinda deste homem que seria instrumento de esperança e reconciliação de Deus ao seu povo amargamente castigado.

“Assim diz o SENHOR ao seu ungido, a Ciro, a quem tomo pela mão direita, para abater as nações diante de sua face, e descingir os lombos dos reis, para abrir diante dele as portas, e as portas não se fecharão.

Eu irei adiante de ti, e endireitarei os caminhos tortuosos; quebrarei as portas de bronze, e despedaçarei os ferrolhos de ferro.

Dar-te-ei os tesouros escondidos, e as riquezas encobertas, para que saibas que eu sou o Senhor, o Deus de Israel, que te chama pelo teu nome.

Por amor de meu servo Jacó, e de Israel, meu eleito, eu te chamei pelo teu nome, pus o teu sobrenome, ainda que não me conhecesses.

Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim não há Deus; eu te cingirei, ainda que tu não me conheças; para que se saiba desde o nascente do sol, e desde o poente, que fora de mim não há outro; eu sou o Senhor, e não há outro” (Is 45.1-6).

Desprezamos um Deus que somente antevê o futuro, mas louvamos e rendemos toda glória Àquele que faz o que Lhe apraz.

“Eu fiz a terra, e criei nela o homem; eu o fiz; as minhas mãos estenderam os céus, e a todos os seus exércitos dei as minhas ordens” (Is 45.12).

Mas Ciro não enxergou, como muitos não querem ver hoje, que a mão do Todo-Poderoso é quem o guiava em sua jornada endireitada por Deus.

Neste mesmo cilindro, Ciro divide sua honra com seu deus Marduque.

“Marduque... procurou um príncipe reto, segundo o seu coração, a quem ele tomou pela mão. Ciro, rei de Ansã, ele chamou pelo nome, e para dominar sobre todo o mundo ele o indicou... Para esta cidade de Babilônia ele o fez vir, ele o fez tomar pela estrada da Babilônia, indo como um amigo e companheiro, ao seu lado. Suas numerosas tropas, em número desconhecido, como a água de um rio, marcharam armadas ao seu lado. Sem batalha ou luta, ele lhe permitiu entrar em Babilônia. Ele poupou a sua cidade de Babilônia de uma calamidade. Nabunaide, o rei, que não o temia, ele entregou em suas mãos.”

Israel voltou milagrosamente para sua terra natal, desde que foram arrasados por Roma sob Tito no ano 70. Transformaram a partir de 1948, e sob a força de seu maior líder Ben-Gurion, uma terra de pântanos e morte numa sociedade rica e próspera, altamente qualificada e secularizada.

Mas não foi este retorno que foi profetizado pelo Espírito do Senhor em sua Palavra eterna.

“Porque no meu santo monte, no monte alto de Israel, diz o Senhor DEUS, ali me servirá toda a casa de Israel, toda ela naquela terra; ali me deleitarei neles, e ali requererei as vossas ofertas alçadas, e as primícias das vossas oblações, com todas as vossas coisas santas; com cheiro suave me deleitarei em vós, quando eu vos tirar dentre os povos e [EU] vos congregar das terras em que andais espalhados; e serei santificado em vós perante os olhos dos gentios. E sabereis que eu sou o Senhor, quando eu vos introduzir na terra de Israel, terra pela qual levantei a minha mão para dá-la a vossos pais” (Ez 20.40-42).

Israel retornou para sua terra, mas jamais ao seu Deus. Por esta razão deverão ser espalhados novamente em breve, quando obtiverem uma falsa paz pelas mãos do homem da iniquidade que já está entre nós e prestes a ser levantado no mundo.

Assim como Ciro no passado, Ben-Gurion* também não enxergou as ternas misericórdias de Deus na direção de seu povo, assim como os cristão não têm enxergado que os eventos que se deram a partir desta epidemia global (e de outros dois eventos que abalarão o mundo em breve), são o palco da preparação do caminho do homem da perdição que promoverá sua falsa paz e repentina destruição do povo de Israel, com vistas à formação de um remanescente fiel que será salvo e introduzido ao seu reino eterno sob Davi.

Neste mesmo palco que Deus prepara os caminhos para Israel, também Ele deseja e busca a santificação de sua noiva comprada com sangue para ser recebida aos céus em breve.

“Volta, ó Senhor, para os muitos milhares de Israel” (Nm 10:36).

*Para uma rápida biografia deste grande líder acesse

http://institutobrasilisrael.org/noticias/politica/david-ben-gurion-133-anos-depois-o-pai-da-nacao-cultuado-e-revistado