Três mulheres - Jz4
Três mulheres e um pequeno flash de suas vidas são expostos neste livro de Juízes. Comecemos por Débora.
Não era uma mulher comum, mas uma profetisa, e “julgava a Israel naquele tempo” (4.4).
Não temos dúvida que fosse uma mulher de espírito nobre, haja vista que o Senhor falava por seu intermédio. Mas era uma falta grave que não houvesse homens a altura deste glorioso ministério.
Na falta de homens, Deus usará mulheres muitas vezes, não como um segundo lugar honroso, pois é certo que as mulheres tenham mais capacidade que os homens em muitos aspectos, até mais sensibilidade espiritual, mas não foi assim que Deus determinou. Deus deu ao homem a obrigação, desde o jardim do Éden, de guardar e administrar a vida social, religiosa e familiar.
O problema é quando homens negligenciam por falta de intimidade divina sua tarefa de cabeça do lar e sociedade. Então Deus usará quantas mulheres forem necessárias para humilhar o homem que abandona suas tarefas.
Lembremos que Miriã, irmã de Arão, era contada como profetisa (Ex 15.20), exatamente em um momento crítico, quando Israel era escravo no Egito. A relação ministerial das duas se dá no mesmo momento de decadência moral e espiritual.
Vamos reiterar – a mulher não é inferior ao homem, o homem é quem se deixa inferiorizar por sua má vontade.
A clara vergonha de Baraque está na forma um tanto jocosa de Débora transmitir sua profecia a ele.
“Porventura o Senhor Deus de Israel não deu ordem, dizendo: Vai, e atrai gente ao monte Tabor, e toma contigo dez mil homens... E atrairei a ti para o ribeiro de Quisom, a Sísera... e o darei na tua mão” (4.6-7).
A resposta dele a Débora mostra bem sua pouca intimidade e dependência do Senhor, e a réplica dela resolve tudo.
“Se fores comigo, irei; porém, se não fores comigo, não irei. E disse ela: Certamente irei contigo, porém não será tua a honra da jornada que empreenderes; pois à mão de uma mulher o Senhor venderá a Sísera” (4.8-9).
O arremate de toda a incapacidade masculina em defender os interesses de Deus está na segunda mulher que aparece nesta história. Jael convida o mesmo inimigo para descansar e aplicar o golpe fatal. O cântico de Débora fará sua graciosa menção.
“Bendita seja entre as mulheres, Jael, mulher de Héber, o queneu; bendita seja entre as mulheres nas tendas. Água pediu ele, leite lhe deu ela; em prato de nobres lhe ofereceu manteiga. À estaca estendeu a sua mão esquerda, e ao martelo dos trabalhadores a sua direita; e matou a Sísera, e rachou-lhe a cabeça...” (5.24-26).
Mas ao peso destas duas nobres mulheres, uma terceira serve como contrapeso vergonhoso.
Uma certa concubina sem nome se associa a um levita desconhecido e seu desfecho é um estupro coletivo e um esquartejamento impiedoso.
Não vamos entrar nesta história agora, pois faremos uma nota para este levita sem direção. O que quero deixar à vista do leitor é a decadência moral da última em relação às primeiras. Reflete bem o estado a que se pode chegar quando cada um faz o que quer.
As primeiras foram motivo de honra e inclusive apoio e encorajamento aos homens de então, a última reflete a fraqueza moral que se junta a um homem meramente religioso, tendo um castigo a altura.
Que isto nos sirva de lição nestes tempos mornos, relapsos, fortemente religioso, negando entretanto a verdadeira piedade.
Nosso próximo encontro falará de Gideão e seus muitos tipos.