Josué em foco! - Js1
Vimos em nossa última nota (ao abordarmos o livro de Deuteronômio) a partida de Moisés, o doador da lei, e somos informados logo no início deste livro de Josué que ele já está à frente deste povo para introduzi-los em Canaã.
Este livro trata basicamente das principais campanhas de Josué, como chefe de Israel, na tomada e conquista de Canaã.
Antes, porém, devem passar pelo Jordão, rio célebre que liga o Mar de Quinerete (nos tempos de Jesus chamado Lago de Genesaré) e o Mar Morto. Assim como a travessia do Mar Vermelho teve um significado espiritual, também este rio tem sua simbologia, e que vamos tratar aqui.
E transposta esta última fronteira que os coloca em sua terra prometida, seu primeiro e maior desafio – Jericó e suas frondosas e afrontosas muralhas. E em meio à total destruição desta cidade, uma pequena e desprezada família será salva, sempre no rastro gracioso da fé.
A Páscoa será celebrada quase juntamente com o ritual da circuncisão pouco antes desta batalha inusitada, alertando muitos símbolos espirituais.
O maná deixará de ser fornecido, porque algo novo se interpõe – a novidade da terra, repetindo as dádivas dos despojos do Egito.
Mas nem tudo será glorioso e livre de percalços. Mal vencida a primeira batalha, o pecado de um homem condena toda a nação, e um castigo terrível recai sobre todos, indistintamente, coisas estas que deveríamos bem atentar.
As batalhas se seguirão em todas as direções – norte, sul, leste e oeste. E todas as tribos deixarão algum remanescente não conquistado.
Mesmo assim, a terra é dividida entre as tribos, cada uma com sua sorte. E Josué vai lembrá-los da necessidade de continuar a seguir ao Senhor e aos mandados de Moisés, obediência esta que será a chave para o sucesso ocupacional de Canaã.
Após relativa paz entre os inimigos, cidades de refúgio serão escolhidas, para onde poderiam se abrigar os homicidas sem intenção – seis cidades ao todo.
Ao final da vida de Josué, ele falará ao povo nos mesmos moldes de Moisés, dispensando bênçãos no caso de obediência, e maldição pela desobediência.
Mas uma nota sombria será profetizada, na certeza da falha do povo.
“Quando transgredirdes a aliança do Senhor vosso Deus, que vos tem ordenado, e fordes e servirdes a outros deuses, e a eles vos inclinardes, então a ira do Senhor sobre vós se acenderá, e logo perecereis de sobre a boa terra que vos deu” (23.16).
O término do livro confirma tristemente sua profecia ao restringir a obediência de Israel aos dias de Josué e dos anciãos que conheciam ao Senhor e suas obras.
“Serviu, pois, Israel ao Senhor todos os dias de Josué, e todos os dias dos anciãos que ainda sobreviveram muito tempo depois de Josué, e que sabiam todas as obras que o Senhor tinha feito a Israel” (24.31).
Dias sombrios viriam, o que confirmaremos quando da análise do livro de Juízes.