Como viver um grande amor
"Jogue suas mãos para os céus e agradeça se acaso tiver alguém que você gostaria que estivesse sempre com você na rua, na chuva, na fazenda, ou numa casinha de sapê."
Poderíamos falar deste trecho da música gravada pelo Kid Abelha, a retratar, à fantasia de um ser mortal, como todos nós, que em seu mundo, de idealizações coloca sua felicidade, não a um acaso, mas, a um verdadeiro encontro, um encontro recíproco com o outro.
Falo um encontro de duas pessoas que provavelmente se desejem muito, e estejam sempre coladinhas. De fato, é muito gostoso quando temos alguém que deseje estar sempre conosco, nos momentos reluzentes e não tão reluzentes assim. O amor, o gostar, a paixão, todos no mesmo tocante falam disso, do quanto é bom sentir-se amada, e amar, no entanto, equilibrar a balança do amor, não é uma tarefa fácil, requer manejos, que só são adquiridos meus caros, com à experiência, e o olhar atento, não tem jeito, estarmos maduros, para desfrutar ao lado em um deleite de alguém, que possui imperfeições, (des)afinidades, sombras, planos diversas vezes opostos, requer, estarmos atentos para nós e para o outro, e nos moldarmos conforme vamos remando.
Este, "gostaria que estivesse sempre", reluz, não ao início da paixão, ao qual, é fácil estarmos grudados, onde o outro de verdade ainda não apareceu, onde ainda estamos em nossas ilusões, onde a realidade não está muito perceptível, afinal tudo na paixão é muito desfocado.
Dias desse, assistia a um seriado mexicano, onde o marido propôs à esposa, mais noventa dias ao seu lado, antes que assinassem o divórcio, queria fazer dar certo, ambos se propuseram "juntos", a remar de uma forma diferente, centrados na relação, não nos filhos, e na vida a dois turbulenta que tinham, decidiram jogar tudo pro ar, e cuidarem um do outro. Talvez, esteja ai, um dos segredos de fazer desta vez, finalmente dar certo, o cuidado, com o que importa, ter um olhar delicado, para o que se deseja, amar e ser amado. Cuidar daquilo que deveria ter sido cuidado sempre.
Achei interessante, que enquanto tentavam fazer dar certo, contavam cada um pra seus amigos, das coisas que deram errado, seus olhares eram errados sobre as situações. A esposa relatava à amiga, sua revolta, pois o marido chamou sua nova assistente de designer, para dar uma ideia do que presenteá-la em seu aniversário, o presente fora lindo, no entanto, ela, focou-se em sua ideia imatura e pueril de ciúmes que possuía do marido, mas porquê ele foi pedir à opinião dela? não podia ele mesmo ter criado algo? e pra completar a situação a amiga, inflamava, projetando também sua infelicidade de seu casamento, aos conselhos que dava, naquela hora tão angustiante... é ele não tinha nada que fazer isso, pense em você, acabe com ele. Eu ria, pois na vida, é assim mesmo, acabamos por ter amigos, que apesar de quererem nosso bem, projetam seus desamores em nós, e quando dão um conselho, vem carregado de suas emoções pessoais, então, tudo que estar emaranhado, parece, emaranhar-se mais ainda.
É importante amadurecemos, analisarmos às situações de fora, e isso, só iremos conseguir através de nossas experiências pessoais, no encontro com outro. Conhecê-lo, intuir-se sabiamente... as pessoas, fazem por onde, dão seus sinais, quem não quer, sai do barco, não pede mais noventa dias pra tentar.
Podemos viver um grande amor, se de fato quisermos, amor é isso, erros e acertos, amadurecer juntos, cada um na sua forma, esteja sempre atento ao como o outro pode, viver e doar-se neste amor, esqueça o quanto você idealiza tudo, mas, molde o amor singular, do dia a dia, do que se pode dar, seja um sorriso, de uma ligação, ao perguntar se quer um lanche... num amor real. Seja grato, por sua percepção diante dos fatos, e cuidado com os conselhos dos amigos, lembre-se estão carregados de projeções.
Música - Na Rua, Na Chuva, Na Fazenda - Compositor: Hyldon