Josué e sua posição - Nm6

No mundo físico, a toda ação corresponde sempre uma reação de mesma intensidade mas em sentido contrário. No caso de Deus não é bem assim, pois onde abundou o pecado, superabundou a graça de Deus. A graça supera a mera retribuição.

Se Balaão é erguido para o mal do povo de Israel, Josué é erguido para sua bênção.

Moisés estava chegando ao fim de sua jornada. O Senhor o reclama para si. Então Moisés pede um substituto.

“O Senhor, Deus dos espíritos de toda a carne, ponha um homem sobre esta congregação, que saia diante deles, e que entre diante deles, e que os faça sair, e que os faça entrar; para que a congregação do Senhor não seja como ovelhas que não têm pastor” (27.16-17).

Poderia ele descansar em paz sem que soubesse que alguém estaria apto para dirigir aquele povo que ele mesmo retirou do Egito?

“Então disse o Senhor a Moisés: Toma a Josué, filho de Num, homem em quem há o Espírito, e impõe a tua mão sobre ele. E apresenta-o perante Eleazar, o sacerdote, e perante toda a congregação, e dá-lhe as tuas ordens na presença deles. E põe sobre ele da tua glória, para que lhe obedeça toda a congregação dos filhos de Israel” (18-20).

Há duas provisões toda suficientes nesta nomeação. Uma espiritual, outra natural.

Não bastava para Deus qualquer homem. Somente um que tivesse ‘o Espírito’. E quão perigoso se torna quando homens que não têm o Espírito, são colocados à frente de nossas igrejas. Jesus já predizia.

“Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores” (Mt 7.15).

A provisão natural era a formalidade da passagem do cargo pelo velho Moisés. Ninguém melhor do que aquele que libertou o povo teria mais direito a isto. Todo o povo observa atentamente a imposição de suas mãos sobre o novo guia deles. Não havia dúvidas de que um substituto já estava garantido e provisionado por Deus mesmo.

No Novo Testamento também vemos esta provisão espiritual e ‘psicológica’.

“Os apóstolos, pois, que estavam em Jerusalém, ouvindo que Samaria recebera a palavra de Deus, enviaram para lá Pedro e João. Os quais, tendo descido, oraram por eles para que recebessem o Espírito Santo (porque sobre nenhum deles tinha ainda descido; mas somente eram batizados em nome do Senhor Jesus). Então lhes impuseram as mãos, e receberam o Espírito Santo” (At 8.14-17).

Também os pais da Igreja foram pessoalmente impor as mãos para mostrar ao povo judaico que os gentios, neste caso, também recebiam o Espírito Santo. Mas falaremos melhor sobre esta questão no momento oportuno.

Josué, juntamente com Calebe, serão os únicos a entrar na terra prometida. Todo o povo restante, incluindo Moisés e Arão, serão impedidos de lá entrarem. Comentaremos no livro de Deuteronômio o motivo espiritual maior para esta cena.

No próximo comentário, e fechando este livro de Números, falaremos sobre duas tribos e meia que preferiram ‘ficar de lado’.