Balaão e sua oposição - Nm5

Todo cristão que lê a Escritura conhece Balaão. Vamos reprisar rapidamente sua principal atuação e comentar o que realmente levou Israel ao pecado.

Balaque, inimigo do povo de Deus, por medo e angústia de Israel que se aproximava de suas terras, convoca o ‘profeta’ para amaldiçoar o povo santo.

“Vem, pois, agora, rogo-te, amaldiçoa-me este povo, pois mais poderoso é do que eu; talvez o poderei ferir e lançar fora da terra; porque eu sei que, a quem tu abençoares será abençoado, e a quem tu amaldiçoares será amaldiçoado” (22.6).

E por três vezes bem que ele tentou. Mas o Senhor, falando por uma mula, “impediu a loucura do profeta” (2 Pe 2.16), o que Balaão bem percebeu e por fim profetizou:

“Fala aquele que ouviu as palavras de Deus, o que vê a visão do Todo-Poderoso; que cai, e se lhe abrem os olhos: Quão formosas são as tuas tendas, ó Jacó, as tuas moradas, ó Israel! (Nm 24:4-5).

É muito peculiar esta visão de Deus. É como diz o apóstolo Paulo: “o amor de Cristo nos constrange” (2 Co 5.14).

Este povo tinha, mal recebida a Lei, se prostituído física e espiritualmente, numa festa profana em que se levantava um bezerro de ouro pelas mãos de Arão. Desprezou a entrada em Canaã com medo de seus moradores. Desprezou a água, o maná e comeram carne a sair pelos narizes.

Mas o Senhor vê um povo eleito. Suas tendas são formosas, apesar de toda rebeldia e incredulidade. Porque Ele olhava para a Rocha que os redimia, comprados por sangue de um cordeiro divino.

Este SENHOR que os resgatou do Egito “não viu iniquidade em Israel, nem contemplou maldade em Jacó; o Senhor seu Deus é com ele” (Nm 23.21).

Não é assim conosco? “Mas haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus, e pelo Espírito do nosso Deus” (1 Co 6.11).

Recebemos e experimentamos um perdão sem igual, somos abençoados com toda sorte de bênçãos espirituais e logo em seguida caímos miseravelmente. E o Senhor continua nos amando e perdoando, esquece todas as nossas transgressões confessadas, pois Ele é e sempre será fiel ao sacrifício de seu Filho.

“Porque com uma só oblação [oferta] aperfeiçoou para sempre [não por alguns dias] os que são santificados” (Hb 10.14).

Balaão entendeu isto. Então partiu para outra estratégia, muito usada por Satanás.

Se Deus não pode amaldiçoar o que Ele santificou e perdoou, então deixemos que o próprio povo se corrompa e manche sua comunhão alegre com Deus. Não estamos falando de salvação aqui, mas de comunhão por causa desta salvação segura e eterna.

“E Israel deteve-se em Sitim e o povo começou a se prostituir com as filhas dos moabitas. Elas convidaram o povo aos sacrifícios dos seus deuses; e o povo comeu, e inclinou-se aos seus deuses. Juntando-se, pois, Israel a Baal-peor, a ira do Senhor se acendeu contra Israel” (25.1-3).

“Eis que estas [mulheres moabitas] foram as que, por conselho de Balaão, deram ocasião aos filhos de Israel de transgredir contra o Senhor no caso de Peor; por isso houve aquela praga entre a congregação do Senhor” (31.16).

A mistura é a arma sutil e certa da contaminação do povo de Deus. Foi assim com Israel e ainda é assim com os cristãos.

O antídoto contra a mistura é a separação, também conhecida como santificação – alvo maior do cristão.

Sempre que o santo se mistura com o profano, o profano nada ganha e nada perde, mas o santo tudo perde. Perde sua comunhão, sua alegria, sua esperança, sua paz, seu avanço espiritual... E aqueles que já tiveram esta experiência sabem como é difícil retornar ao ponto que estava antes, espiritualmente falando.

“Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis;

porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça?

E que comunhão tem a luz com as trevas?

E que concórdia há entre Cristo e Belial?

Ou que parte tem o fiel com o infiel?

E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos?

Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. Por isso saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; e não toqueis nada imundo, e eu vos receberei; e eu serei para vós Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso” (2 Co 6.14-18).

Comentaremos a seguir sobre Josué, levantado a favor do povo.