Números em foco! - Nm1
Podemos somente agora, agraciados pela toda suficiente misericórdia e comunhão de Deus, retomarmos nossas notas pelos livros de nossa sagrada Palavra de Deus.
Números é bem conhecido como o “livro do deserto”. Mas deveria ser conhecido também como o livro das “preparações para a guerra”.
Passado um ano naquele deserto, já no segundo ano o povo de Israel será contado, através de um censo, buscando os varões com mais de vinte anos aptos para a guerra.
Tiveram um convívio pacífico com seu Libertador, mas agora era hora de entenderem seu real propósito como povo chamado por Deus – lutar as guerras do Senhor.
E juntamente com a numeração deste pequeno exército, as disposições deste povo no arraial – o lugar preciso onde cada tribo se assentará, sempre ao redor da tenda da congregação, o centro e motivo de suas forças.
A primeira Páscoa depois da saída do Egito será celebrada, preparando o povo para suas batalhas futuras, mas com viva recordação da Páscoa passada que os libertara da escravidão do Egito.
Mas nem tudo será vitória e santidade. Conhecemos bem isto em nossas vidas. Murmuradores e suas queixas trarão juízo e lágrimas sobre este povo, lembrando que se temos que lutar contra o mundo que nos cerca, também lutamos contra a carne, nosso íntimo e maior inimigo.
E no rastro desta carne, a tão famosa passagem do envio dos espias que acovardam o coração de toda uma nação, e um castigo à altura do seu erro. Tiveram que retroceder, como nós mesmos muitas vezes somos obrigados a vergonhosamente retroceder.
Dois personagens se levantam: Balaão e suas perversas tranqueiras – tipo de Satanás, e Josué e sua silenciosa e bendita nomeação – tipo de Jesus.
E duas tribos e meia preferirão não entrar na terra prometida, mas ficar um pouco antes, satisfeitos em verem a terra da promessa somente à distância.
Este livro demonstra inequivocamente que, apesar de uma bênção araônica que promete bênção, proteção, misericórdia e paz (Nm 6.22-27), as escolhas do povo em incredulidade e rebeldia anulam temporariamente todos seus benefícios.
É o que devemos temer também neste tempo presente onde todas as promessas de Cristo ao seu povo podem ser embaraçadas pela nossa carnalidade.
A próxima nota focará o “tempo de guerra”.