O mel e o sal - Lv3
Nada poderia haver mais doce que o mel e mais salgado que o sal. Portanto, antagônicos, irreconciliáveis.
Os dois elementos são citados em relação aos sacrifícios e ofertas logo no início deste livro de Levítico.
“E todas as tuas ofertas dos teus alimentos temperarás com sal; e não deixarás faltar à tua oferta de alimentos o sal da aliança do teu Deus; em todas as tuas ofertas oferecerás sal” (Lv 2.13).
Desnecessário insistir nas características singulares deste importante elemento – realce do sabor e preservação. Cristo, verdadeira oferta de manjar agradável a Deus, soube como ninguém realçar e preservar Sua oferta ao Pai e aos homens.
“E todos lhe davam testemunho, e se maravilhavam das palavras de graça que saíam da sua boca; e diziam: Não é este o filho de José?” (Lc 4.22).
Nossas palavras têm sido assim, ou têm se perdido ao vento pela sua inutilidade?
“E a vontade do Pai que me enviou é esta: Que nenhum de todos aqueles que me deu se perca, mas que o ressuscite no último dia” (Jo 6.39).
Podemos ficar tranquilos – o sal de nosso Senhor é de tal pureza, que nada nem ninguém pode contaminar ou fazer perder. E se estivermos nele, podemos descansar na promessa de uma vida eterna.
O sal não podia faltar em nenhuma oferta de manjares que representavam Cristo em Sua relação com o Pai e com os homens. E também não pode faltar em nossas relações com Deus e nossos semelhantes.
“Andai com sabedoria para com os que estão de fora, remindo o tempo.
A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como vos convém responder a cada um” (Cl 4.5-6)
Mas se o sal era o elemento imprescindível, o mel era o elemento desprezível.
“Nenhuma oferta de alimentos, que oferecerdes ao Senhor, se fará com fermento; porque de nenhum fermento, nem de mel algum, oferecereis oferta queimada ao Senhor” (Lv 2.11).
Juntamente com o fermento, símbolo sabidamente representativo do pecado, o mel representava todas as ações derivadas da fermentação paulatina do fermento – aquilo que agrada aos paladares humanos, mas não pode agradar a Deus.
Produto da ação coletiva das abelhas, não pode preservar as relações humanas ou divinas. Nenhuma sociedade entre homens, por mais religiosa ou eticamente compromissada, pode aperfeiçoar o reino de Deus ou dos homens, se não estiver arraigada no sal da preservação de Cristo. As palavras podem ser agradáveis, o tom pode ser apreciado, as ações podem ser compatíveis com uma sociedade que busca a unidade e o avanço social, mas certamente afundará no mais grosseiro pecado sem o sal da bendita Palavra de Deus.
Interessante notarmos que a terra prometida aos primeiros pais também era uma “terra que mana leite e mel” (Lv 20.24). Mas não se deixe enganar pelas belas e agradáveis palavras usadas para a descrição da terra – elas nada têm a ver com a perfeita estatura de Cristo nem com Sua pureza. Era o melhor que a terra poderia produzir debaixo da lei e de um sacerdócio passageiro.
Insistiremos nesta tecla quantas vezes forem necessárias. Buscando tudo que for humano, encontraremos descaso, sofrimento e culpas. Mas se buscarmos ao Senhor e Sua Palavra, alcançaremos compromisso, paz acima de todo o entendimento e perdão eterno.
Nenhum mel ou fermento podia derivar da sublimidade de Cristo, nem deveriam ser encontrados naqueles que se rendem a Ele. Nossas vidas, por palavras ou obras, deveriam sem vividas e mantidas pelo sal da verdade de Deus.
“Por isso façamos a festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da maldade e da malícia, mas com os ázimos da sinceridade e da verdade” (1 Co 5.8).
A seguir, falaremos dos 6 ingredientes que não podiam ser aceitos no altar do holocausto.