O Tabernáculo - Ex7
O deserto era o melhor lugar para a implantação de um tabernáculo que representasse Deus e Sua santa presença. Como já dissemos antes a respeito da Lei, neste lugar seco nada há que insinue algo de bom ou louvável no homem. É lugar de secura e morte, símbolos perfeitos para uma humanidade caída. Mas é lugar perfeito para o Senhor demonstrar sua misericórdia e graça.
“Porque um tabernáculo estava preparado, o primeiro, em que havia o candeeiro, e a mesa, e os pães da proposição; ao que se chama o santuário.
Mas depois do segundo véu estava o tabernáculo que se chama o santo dos santos, que tinha o incensário de ouro, e a arca da aliança, coberta de ouro toda em redor; em que estava um vaso de ouro, que continha o maná, e a vara de Arão, que tinha florescido, e as tábuas da aliança;
E sobre a arca os querubins da glória, que faziam sombra no propiciatório; das quais coisas não falaremos agora particularmente (Hb 9.2-5).
Se o leitor e leitora quiserem entrar mais minuciosamente no assunto, já que não podemos nos alongar aqui, pode ler o livro – O Tabernáculo em pormenores – pelo link
https://issuu.com/ministerioescrito/docs/tabern__culo
Este era o único lugar apropriado para o exercício ministerial de Arão e seus filhos – homens separados por Deus em um lugar preparado por Deus. E o mais espantoso:
“E me farão um santuário, e habitarei no meio deles” (25.8). O que se conclui por exclusão, que Deus não habitava em meio a mais nenhum povo naquele período.
Por causa de sacerdotes santificados, com vestes apropriadas, que ofereciam sacrifícios agradáveis a Deus, em um tabernáculo que representava o próprio céu, é que Deus podia habitar ali. Graciosa presença!
E não é exatamente assim conosco, nestes tempos de fria formalidade?!
“Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo” (1 Pe 2.5).
Também Deus não pode habitar em nenhum mortal que não esteja nestas condições específicas.
Embora haja muito que se falar do Tabernáculo, pretendo apenas resvalar em 2 pontos.
Comecemos pelo sacrifício contínuo.
“Isto, pois, é o que oferecereis sobre o altar: dois cordeiros de um ano, cada dia, continuamente.
Um cordeiro oferecerás pela manhã, e o outro cordeiro oferecerás à tarde... por cheiro suave; oferta queimada é ao Senhor.
Este será o holocausto contínuo por vossas gerações, à porta da tenda da congregação, perante o Senhor, onde vos encontrarei, para falar contigo ali” (29.38-42).
Este sacrifício contínuo fala intimamente da oferta de Cristo, não aos homens, mas a Deus. É uma oferta de cheiro suave, diferente de outros sacrifícios que são para as culpas do homem. É Cristo ofertando-Se ao Pai. Não fala dos pecados do homem, mas da necessidade da justiça executada por um substituto – Cristo. Antes da salvação proposta ao homem, há uma vontade aceita da parte do Filho em agradar o Pai dentro do plano eterno.
“Então disse: Eis aqui venho, para fazer, ó Deus, a tua vontade” (Hb 10.9).
“Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou” (Jo 6.38).
Assim como na fórmula do ato criativo do mundo em cada dia de Gênesis, “e foi a tarde e a manhã...”, também a mesma fórmula é usada aqui para este holocausto, pela manhã e pela tarde. Significa que Deus estava plenamente disposto a perdoar primeiramente ao judeu, já que o tabernáculo era para aquele povo tirado do Egito. Mas que também os outros povos, em seu determinado tempo, também veriam estendida esta bem aventurança.
Deus era propício, através do holocausto contínuo de animais inocentes, a perdoar qualquer judeu que tivesse quebrado a lei dada por Moisés. Assim como – hoje – Deus está disposto e propício a perdoar qualquer pecador que se aproxime pela fé ao cordeiro divino.
“Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo” (2 Co 5.19).
Em apenas um ano, 730 cordeiros inocentes eram sacrificados, tudo para indicar que no momento oportuno de Deus para a humanidade, Um único sacrifício divino e eterno viria a cumprir plena “salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego” (Rm 1.16).
Mas passemos ao segundo ponto, e este fala da sombra sobre o propiciatório como lemos logo acima. A glória dos querubins sombreando o propiciatório de ouro mostra de forma precisa o que Hebreus mesmo lança luz.
“... aquele Jesus que fora feito um pouco menor do que os anjos, por causa da paixão da morte, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todos” (Hb 2.9).
Eis aqui o caráter propiciatório de Cristo em sua morte substitutiva que o rebaixava ante os próprios anjos. Mas se houve esta sombra sobre Jesus, ao se mostrar propício aos pecadores, Hebreus também esclarece.
“Vemos, porém, coroado de glória e de honra aquele Jesus que fora feito um pouco menor do que os anjos...” (Hb 2.9).
“Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para cumprir todas as coisas” (Ef 4.10).
Um dia Ele se rebaixou até a morte para que nós pudéssemos, pela fé, ser elevados até a vida dele mesmo.
E você que me lê agora, conhece este Jesus assentado à destra da Majestade que um dia Se assentou no vale da sombra da morte por você? Pois este conhecimento fará toda a diferença em sua existência, nesta e na próxima vida.
Findamos assim as notas em Êxodo e partimos, pela graça de Deus, ao livro dos mais complexos sacrifícios e ofertas que eram sombra daquele que viria – Levítico em foco!