Aarão – o mediador entre a Lei e o homem - Ex6

As traduções mais frequentes de seu nome – ‘o exaltado’, ‘o elevado’, ‘aquele que traz luz’ segundo o Dicionário de Strong – colocam em distinção única sua sagrada pessoa. Não que houvesse algo de sagrado intrinsecamente, mas seu ofício desempenhava uma atuação ímpar – oferta e perdão.

Ele é figura da mais santa oferta e do mais gracioso perdão jamais concedido em qualquer tempo à humanidade – Jesus, O Nome sobre todo e qualquer nome.

Tudo o que a Lei (pelas mãos de Moisés) não pôde aperfeiçoar, a misericórdia e a graça (pelas mãos de Arão) santificou e prometeu aperfeiçoar para sempre.

“Também ungirás a Arão e seus filhos, e os santificarás para me administrarem o sacerdócio” (30.30).

E como diz Hebreus a respeito destes sacerdotes tão humanos:

“Porque todo o sumo sacerdote, tomado dentre os homens, é constituído a favor dos homens nas coisas concernentes a Deus, para que ofereça dons e sacrifícios pelos pecados; e possa compadecer-se ternamente dos ignorantes e errados; pois também ele mesmo está rodeado de fraqueza” (Hb 5.1-2).

Eis a contradição suprema: apesar de estar rodeado de fraqueza, oferece dons e sacrifícios a favor dos homens nas coisas concernentes ao próprio Deus.

Não ilustra perfeitamente nossa própria condição neste tempo?! Ainda que pecadores resgatados em Cristo, com toda nossa fraqueza inerente, somos constituídos seus embaixadores, como bem demonstra Paulo:

“Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados... De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse” (2 Co 5.19 e 20).

Há um abismo intransponível a qualquer homem entre um verso e outro: antes – um pecador destituído de qualquer privilégio; agora – embaixadores de Cristo! Os extremos só puderam ser unidos porque Um se rebaixou para nos elevar.

Diferentemente de Arão que tinha, “como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, e depois pelos do povo”,

Jesus apareceu “uma vez, oferecendo-se a si mesmo” (Hb 7.27).

Aqueles, por serem pecadores e mortais, ofereciam sacrifícios contínuos; este, por Sua perfeição e eternidade, ofereceu-Se a Si mesmo uma única e suficiente vez. Ousaria alguém dizer que não estamos em melhores condições do que eles, “porque não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça” (Rm 6.15)?!

Se algum deles quebrasse qualquer porção da Lei, tinham a quem recorrer: os sacerdotes que os representavam diante de Deus.

“Assim Arão levará os nomes dos filhos de Israel no peitoral do juízo [justiça advinda do tribunal] sobre o seu coração, quando entrar no santuário, para memória diante do Senhor continuamente” (28.29).

Somente os dons e sacrifícios da ordem sacerdotal Aarônica impedia que Deus os destruísse ao quebrarem a Lei.

“Se tu, Senhor, observares as iniquidades, Senhor, quem subsistirá? Mas contigo está o perdão, para que sejas temido” (Sl 130.3-4).

Certo é que seus pecados não eram removidos, apagados, esquecidos, perfeitamente pagos como hoje somos privilegiados através do sacrifício de Jesus. Mas suas ofertas indicavam que um dia tudo seria plenamente quitado pela única oferta viva que fosse digna de Deus.

“Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, e feito mais sublime do que os céus; que não necessitasse, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, e depois pelos do povo; porque isto fez ele, uma vez, oferecendo-se a si mesmo.

Porque a lei constitui sumos sacerdotes a homens fracos, mas a palavra do juramento, que veio depois da lei, constitui ao Filho, perfeito para sempre” (Hb 7.26-28).

Ó querida e querido leitores, já se reconciliou com Deus pela fé no sacrifício perfeito de Cristo? E se já reconciliado, tem se portado como embaixador de Deus neste mundo de trevas? Não descanse enquanto não puder responder positivamente a estas perguntas, pois elas serão retomadas um dia pelo justo juiz.

Para a santa atuação destes sacerdotes em favor de seu povo, Deus instruirá a construção de um tabernáculo, apto para apresentar homens pecadores a um Deus Santo que requer justiça. Este será nosso próximo assunto – o Tabernáculo.

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