Moisés – a mediação da Lei que condena - Ex5

Não havia melhor lugar para instaurar a Lei de Deus – o deserto. Pois no deserto não há eco, não há nada que favoreça seu cumprimento, pelo simples fato de que não há vida ali.

Como bem atesta Paulo simbolicamente, “a lei é espiritual; mas ‘o povo era’ carnal, vendido sob o pecado” (Rm 7.14).

“Logo, para que é a lei? Foi ordenada por causa das transgressões, até que viesse a posteridade a quem a promessa tinha sido feita” (Gl 3.19).

Temos que recorrer ao Novo Testamento para elucidar a questão da fé versus a Lei.

“Porque os que ouvem a lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados” (Rm 2.13).

Mas como poderiam cumprir esta Lei se eram carnais, como vimos acima pela boca de Paulo, judeu por excelência?

Isto torna “evidente que pela lei ninguém será justificado diante de Deus, porque o justo viverá pela fé” (Gl 3.11).

São recursos, instrumentos, ou mesmo competências antagônicas. Toda a Lei divina, espiritual e santa não pode ser cumprida pela carne ou pelo esforço de qualquer homem, por mais ‘distinto’ que seja. Paulo vai novamente trazer lições aos judeus de seu tempo e para os que hoje querem se justificar pela Lei.

“E de tudo o que, pela lei de Moisés, não pudestes ser justificados, por ele é justificado todo aquele que crê” (At 13.39).

‘Ele’ é o personagem divino retratado dois versos antes – “aquele a quem Deus ressuscitou”.

“Cristo nos [judeus conforme o contexto] resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós” (Gl 3.13).

Por esta razão a Lei é dada duas vezes – pois a primeira foi anulada pela grossa idolatria de Israel ao adorar um bezerro em festa promíscua, tendo como consequência a quebra das tábuas pelas mãos de Moisés (cap. 32).

As segundas tábuas, então, falam da posteridade que viria para cumpri-la cabalmente, no mesmo sentido que fala Paulo aos Gálatas em relação à promessa.

“Ora, as promessas foram feitas a Abraão e à sua descendência. Não diz: E às descendências, como falando de muitas, mas como de uma só: E à tua descendência, que é Cristo” (Gl 3.16).

Cristo, como recebedor das promessas, cumpriu a totalidade da Lei para liberar o povo que deveria viver pela fé.

“Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim revogar, mas cumprir” (Mt 5.17).

“Porque a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo.

“Por isso nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado” (Rm 3.20).

“Logo, o que era bom se tornou em morte para mim? De modo nenhum; mas o pecado, para que se mostrasse pecado, operou em mim a morte pelo bem; a fim de que pelo mandamento o pecado se fizesse excessivamente maligno” (Rm 7.13).

Diante de uma Lei que não pode ser quebrantada por causa da justiça inflexível de Deus, só resta um recurso – um substituto!

A próxima nota falará dele – Aarão, o mediador das culpas.

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