Nos limites do Êxodo - Gn7

Adão saiu expulso da presença contínua e santa do Criador logo nas primeiras impressões de Gênesis. E antes de seu término, Jacó e sua semente deslocam-se da terra prometida para a aparência gloriosa do Egito. Mas ambas as saídas trazem consequências danosas, humilhantes, escravizantes.

Mas pela graça de Deus (sempre ela!), Adão saiu com a esperança de sua salvação já simbolizada pela morte de uma animal inocente que o cobriu de suas vergonhas. Jacó saiu com a promessa de que um dia sua semente seria grande mesmo no Egito.

"E disse: Eu sou Deus, o Deus de teu pai; não temas descer ao Egito, porque eu te farei ali uma grande nação" (Gn 46.3).

Mas o mais gracioso, que conforta qualquer coração diante de tantas dúvidas e temores, é a presença bendita do Senhor.

"E [EU] descerei contigo ao Egito, e certamente te farei tornar a subir" (46.4).

O nosso Deus é um Deus que está disposto a se baixar, a se humilhar por amor de seres que habitualmente se elevam aos seus próprios olhos. Que contraste! Nós nos elevamos em nossas insuficiências óbvias, e Deus se rebaixa em Sua suficiência divinamente plena.

O Deus que chamou Abraão era desta preciosa e única qualidade, confere com o mesmo Deus que prometeu a Eva uma semente que esmagaria Satanás (3.15) através de Seu sofrimento.

Caro leitor e leitora! Deus fez tudo que podia para sua salvação. Seu Filho Se entregou na cruz por amor a nós, não o recusemos pois.

"Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores" (Rm 5.8).

Mas voltando ao nosso assunto, a ida da semente de Abraão a uma terra alheia já havia sido profetizada logo ao início de suas peregrinações.

"Então disse a Abrão: Saibas, de certo, que peregrina será a tua descendência em terra alheia, e será reduzida à escravidão, e será afligida por quatrocentos anos, mas também eu julgarei a nação, à qual ela tem de servir, e depois sairá com grande riqueza... E a quarta geração tornará para cá; porque a medida da injustiça dos amorreus não está ainda cheia" (15.13-16).

Pelo menos três objetivos são buscados.

1. Deus ensinará a disciplina dura da escravidão pela servidão, para tornar maior aos olhos do povo escolhido os valores da liberdade pela redenção;

2. Deus julgará a nação ímpia que usou de astúcia vil e mundana para subjugar o povo que só lhe fez bem na pessoa de José;

3. Deus aguardará pacientemente a fermentação completa do mal daquelas nações que serão desapossadas de sua terra.

Assim, encerramos estas notas de Gênesis, esperando que tenha de algum modo ajudado a alicerçar os princípios morais e espirituais que Deus exige de seus filhos, bem como desejamos que o leitor e leitora continuem nesta jornada por entre a Palavra escrita de Deus.

Até nossas próximas sete notas, que trarão em foco o livro de Êxodo.