Volta
Voltei, pois pressenti que aproximado estava
o momento de sua partida.
Que fazer, quando nada se pode mudar,
Mediante a inércia da finitude presente?
Constato, junto a esta presença que
A única saída deva ser a das máculas do coração...
A longitude das noites diante da cabeceira,
Somente certificam-me : o tanto que doeu,
Foi devido ao que sabia poder ter de você
Do que fosse por direito meu.
Todavia, quanto a isso, nem conta se deu.
Ou então, não - fizeste no seu tempo e seu limite
-Este qual, que esteve indiferente ao que fosse eu,
E que ao final deste tudo, em mim compreendeu...
Te liberto, te libero, em nome de tudo o que
Em minhas lembranças constatei e esperava ter de seu.
Que fique neste monólogo: o que de melhor houve,
Dentre os quais até o que não sucedeu;
Na certeza de que nada, absolutamente nada se perdeu!