A chave.

O dia amanhece nublado. Não há nada mais do que uma extensa faixa azul no céu, o resto são nuvens. Está frio hoje. O dia está extremamente tedioso e sem razão, mas eu acordei com motivos suficientes para que meus lábios se curvassem ao seu máximo pelo meu rosto. Você não entende, não é? Estamos seguindo pela mesma estrada. Passamos pelo quilômetro cinquenta e três. Me pergunto em qual quilômetro eu já estou em tal estrada, provavelmente, sessenta e cinco, enquanto você furou o pneu lá pelo trinta e três. Ei! Não precisa se preocupar, pois eu espero por ti.

Sempre esperei. Prometo não ir rápido demais desta vez e respeitarei seu ritmo, afinal, faz tempo que aguardo por ti no início da estrada e, portanto, farei essa viagem valer à pena.

[...]

Querida, tome cuidado na estrada, soube que o último que caminhou contigo causou acidentes e a estrada ficou esburacada. Ele não a merecia, lamento.

Estou te esperando e quando chegar terei um presente para você: a chave do meu coração. A verdadeira. Aquela que ninguém nunca viu.

Não bagunce.

Guilherme Henrique
Enviado por Guilherme Henrique em 11/03/2013
Reeditado em 12/03/2013
Código do texto: T4183704
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